Sem você

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Nikolai Ivanov

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Nikolai Ivanov

Chego no prédio e entro na garagem, desde que minha pequena raposa chegou, essa seria a primeira vez que estaria voltando para a casa sem um pingo de vontade de estar aqui.

Entro no elevador e assim que o mesmo se abre vou até nossa porta, destrancando-a e sendo recebido pelo silêncio absoluto.

— Bolota — chamo com a voz embargada — Venha aqui.

Vasculho a sala não encontrando nenhum sinal da minha bola peluda. Subo a escada, indo verificar se o mesmo está em um dos quartos.

— Mingau? — tento chamá-lo pelo nome para que assim o mesmo venha até mim — Bolota! — chamo novamente, não sendo atendido.

Não desisto de chamar por seu nome, andando pelo corredor, não querendo acreditar que talvez Celina tenha o levado com ela. Mesmo no fundo sabendo que foi isso que aconteceu.

Uma parte minha se sente um pouco aliviada por saber que minha preciosa está com seu guardião, sei que seu gatinho caramelo fará de tudo para cuidar e proteger sua mãe.

Esse é o nosso combinado. Se o papai não está, mingau cuida da mamãe.

A outra parte se preocupa em dobro. Eu não me perdoarei se alguém tocar e machucar minha família. Não sabendo que a pessoa responsável por isso é meu "querido" pai.

E tem também a parte rachada do meu coração que acaba terminando de se quebrar. Eu estou sozinho, Sozinho novamente e o silêncio que sempre preservei agora é ensurdecedor.
Me torturando e pertubando o meu bem estar. Solto um riso triste, lembrando da minha conversa e de Celina, no dia em que ela conheceu o apartamento.

Me lembro do seus olhos brilhando, observando cada canto do grande apartamento e logo em seguida me olhando questionadora, perguntando se não me sentia sozinho em lugar tão grande assim.

Me recordo de cada pensamento que se passou em minha cabeça e que não tive coragem de dizê-los em voz alta para minha linda raposa.

Cogitava a possibilidade da ruiva e o gato me mostrarem o quanto eu era infeliz. E agora que não tenho nenhum do meu lado, posso afirmar que eu vivia em um inferno.

Sinto uma lágrima escorrer em minha bochecha e não a limpo, andando até meu quarto e de Celina como um morto vivo. Assim que chego na porta, paro e encaro a suíte com dor no peito.

Posso sentir seu cheiro de morango perfumando o lugar e dando a ilusão que esteve aqui à um minuto atrás. Reparo na cama arrumada e nas mesas de cabeceira limpas, me mostrando que antes de sair, Celina organizou o nosso canto.

Olho no chão enxergando seus sapatos espalhados e solto uma risada.

Ela pode ter tentado manter tudo no lugar, mas precisa deixar uma "partinha" bagunceira sua, dizendo que passou por aqui. Entro devagar observando o que minha pequena estava fazendo antes de tudo acontecer.

Esperando por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora