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LUANA 🎢

Sinto meu corpo pesado, minha cabeça doendo e tudo dormente, principalmente meu nariz. Abro os olhos vendo que estava no meu quarto e solto uma respiração pesada, não era para mim estar aqui, e sim no salão ou na rua onde eu tinha ido pela última vez, pelo o que eu me lembre.

Fui levantando devagar e coloquei a mão onde estava doendo, no caso, meu rosto. Eu não queria estar aqui nessa casa, depois do que aconteceu ontem de noite, eu perdi minhas esperanças em estar ajudando o Murilo ou não, como eu falei, eu quero muito que ele se foda na vida e veja quem estava correndo junto com ele.

Riquelme: Você tá melhor...? - escuto sua voz vindo da porta - Quer ajuda?

Olho para ela com as vistas embaçadas e dou um sorriso gentil, ontem no calor do momento eu descontei minha raiva nele, joguei o verde no ar sem nem perceber.

Riquelme: Fiquei preocupado com você - ele disse, chegando mais perto - Pipa também ficou, depois que teve outra confusão, ele não parou de fumar e ficar chamando pelo seu nome.

Fechei os olhos tentando enxergar melhor e quando abro vejo que o rosto dele tava todo machucado, seu olho estava inchado e um pouco vermelho junto com o nariz roxo.

Luana: Ele te bateu? - pergunto preocupada - O Murilo te bateu?

Riquelme: Não, ele me defendeu - ele diz se sentando do meu lado - Quem me bateu foi o Peixe, depois que eu cuspi na cara dele - a gente ficou em silêncio por algum tempo - Luana, por que você apertou o gatilho? Sabia que a arma tava carregada? E se você morresse? Voc...

Luana: Depois de um tempo, a morte começa virar sua amiga - interrompo as perguntas dele - E se aquela arma disparasse, eu não estaria aqui, e aí sim você iria poder abrir a boca e contar tudo o que sabe.

Riquelme: Não poderia contar, não iria fazer sentido - ele diz dando de ombros - E eu também não quero morrer, quero viver e ter uma família.

Luana: Se você morresse, iria morrer com dignidade e sem o peso nas costas - digo me levantando dali - Mesmo você não me contando qual é esse trabalho, saiba que quanto mais você guardar esse segredo, mais você vai se machucar.

Ele não me disse mais nada e eu também não falei mais nada para ele, conversar com o Riquelme é a mesma coisa de estar conversando com um adulto de idade.

Caminho até o guarda roupa com dificuldade e pego duas mochilas que estavam na parte de cima, abro elas e começo a colocar minhas coisas ali dentro. Mesmo amando o Murilo, eu não vou ficar aqui nessa casa, não mesmo.

....

Pipa: Luna, fica aqui cara - ele diz ainda parado na porta, tampando a minha passagem - A gente senta e conversa, eu te amo e você me ama.

Luana: Me ama? - começo a rir irônica negando com a cabeça, sentido meu cabelo molhado nas costas - Olha o jeito que você me deixou, olha o que você fez ontem, tu tentou me matar, outra vez.

Pipa: Eu tava com a cabeça a milhão, não estava pensando em nada - ele começa a dizer tudo e eu continuo rindo - Mas por favor cara, não vai, tu não tem nem lugar pra ficar.

Luana: Tenho a minha casa.

Pipa: Sua casa é essa - ele diz segurando o meu rosto, com a sua testa na minha - Luana, eu não posso te perder não, não posso ver você caindo no mundo das drogas não.

Luana: Você me conheceu assim - digo firme - Murilo, sai da minha frente.

Ele ficou ali por horas, me abraçando, beijando e pedindo perdão como sempre faz. Eu queria ceder pra ele, mas não queria fazer isso, não queria cair na tentação outra vez, pra depois na primeira oportunidade ele já começar a jogar tudo na minha cara, ou duvidar de mim.

Luana: Me deixa em paz, cara - digo já sentindo as lágrimas rolando pelo meu rosto - Tu diz que não pode ficar sem mim mas na primeira oportunidade de colocar uma arma dentro da minha boca, coloca.

Pipa: Me desculpa! - gritou me encarando nos olhos - Só te peço isso, me perdoa, eu te amo Luana!

Travo a mandíbula segurando o choro ainda encarando ele que está chorando como um bebê, a dependência que existe entre nós dois é foda, nosso amor é doloroso, amar ele é ruim demais.

Pipa: Por favor, Luana... - começa a tirar a mochila das minhas costas e me leva até o sofá - Eu mudo, eu juro que vou mudar.

Luana: Pega a porra da arma - digo pra ele que vai até o hack e pega a pistola que estava ali.

Fingo que engatilhei ela e aponto para o mesmo que me encarava neutro, eu sabia que não tinha nada ali dentro, no mínimo tinha uma bala ali dentro, mas se ele tiver sorte, não vai furar a cara dele.

Pipa: Eu te amo - disse e eu apertei o gatilho vendo que ele nem tinha piscado.

Abaixo a arma e abro o calibre vendo que só tinha uma bala, e que se eu fosse dar mais um tiro ele já estaria morto no meu colo.

Luana: Abre teu olho - digo deixando a arma de lado e me levantando dali rápido, indo até o banheiro já vomitando.

Isso não é normal, nós dois não somos normais.

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então, a história não é um mar de rosas, como eu disse no primeiro capítulo, então não MILITEM sobre eles voltarem depois de uma briga dessas, é isso, beijos 😘

MalucosOnde histórias criam vida. Descubra agora