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LUANA 🎢

A gente pediu uns lanches e ficamos ali jogando um contra o outro, quando eu pedia, eu passava o controle e os dois iam jogando até um deles perder, e assim foi nossa noite.
Eu quis tentar esquecer o que tinha acontecido na cozinha, assim que ele começou a me dizer que era sozinho, eu lembrei do meu passado, sei que nada se compara e nem pode, mas aquilo tocou no meu coração de uma forma tão grande que eu não consegui ficar ali na frente dos dois.

Riquelme é um menino forte, não chorou e voltou a conversar como se nada tivesse acontecido, as lições que ele recebeu da vida deixou ele "maduro", assim como eu, mas ao contrário, ele não usa droga como eu deduzi, ele enfrenta os problemas tentando relevar, e eu admirei muito isso nele.

Peixe: Qual foi família, nem me chamaram? - sem bater ele entra em casa e Riquelme já se encolhe no sofá, chegando mais perto de mim - Que isso lek, tá fazendo o que aqui?

Ele chega mais perto do Riquelme e estende a pão pra ele, eu sinto um aperto nas minhas costas pela sua mão pequena e com a outra ele estende fazendo o toque com Richard, eu senti algo ali, algo não estava certo.

Pipa: Desgraçado, tu acha que tá de férias, é? - ele já pergunta bravo - Tá confundindo muito as coisas hein maluco, quer ir pra praia, faca seus serviços primeiro.

Peixe: Qualé... tenho que relaxar também, pô - ele se joga ali no outro sofá e olha bem pra cara do Riquelme - Né não?

O clima ali tava estranho, muito pesado, então pra disfarçar eu me levantei do sofá e antes mesmo de chamar o menino, ele já estava atrás de mim indo para a cozinha.

....

Os dois ainda estavam lá na sala conversando a mó tempão, enquanto eu e Riquelme estamos aqui na cozinha jogando Adedonha e uno.

Luana: Tu não gosta dele não? - pergunto jogando uma carta amarela.

Riquelme: Gosto não, nunca gostei - disse jogando um +4 - Quem fez isso comigo hoje, foi ele e mais dois...

Ele parou de falar e me olhou assustado, provavelmente vendo que disse o que não podia.

Luana: Pode falar, não vai sair daqui - digo e ele nega com a cabeça - Riquelme, eu não falo nada pro Pipa, pode ficar tranquilo.

Ele começou a negar com a cabeça, mas logo começou a contar as coisas brincando com as cartas na mão.

Riquelme: Vou morrer depois dessa... - ele começa a dizer e eu fico atenta - Eu sou o único que ainda não morreu na mão dele, peixe matou meus pais por conta de dívida, mas nem chegou nos irmãos e levou eles pras ideia, ele já chegou matando, e para me punir, ele começou a me torturar... Eu trabalho pra ele com mais dois menor, mas agora, só sou eu trabalhando pra ele, já que os moleques não aguentaram a pressão e foram mortos por ele.

Riquelme dizia tudo aquilo com sangue nos olhos, eu sentia a raiva em sua voz.

Luana: E que tipo de trabalho é esse? - pergunto e ele me encara negando com a cabeça - Conta Riquelme, eu já falei que nada vai sair daqui.

Riquelme pensou muito, e nessa de pensar demorou muito ao ponto do peixe ir na cozinha buscar um copo de água, nós fingimos que estávamos jogando e logo ele saiu, fui até a porta pra ver se ele não estava lá e voltei pra mesa.

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