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LUANA 🎢

Já se passou um mês depois que aquilo tudo aconteceu, eu só fico na minha, quando Murilo começa a falar que tá desconfiando de alguém, eu nem falo nada, apenas continuo a fazer o que estava fazendo.
Eu prometi pra mim mesma que não vou mais ficar avisando ele, tudo o que eu tinha pra falar, eu já falei, então agora eu só quero ficar na minha paz e cuidando do meu salão.

Riquelme: Eu não aguento mais... - ele entra pela porta já se jogando no sofá - Esse bagulho de escola tá me deixando mal, vou usar matemática pra que na minha vida?

Luana: Tu usa a matemática todo dia - dou um tapa na cabeça dele de leve - Tem lição? Se tiver, vai tomar um banho e toma um café antes de começar a fazer.

Riquelme: Tenho não - levanta dali subindo as escadas.

Luana: Vou olhar essa tua mochila aqui - duro rindo e ele só responde com um "tá bom".

Riquelme pediu para morar aqui com a gente, eu aceitei na hora, mas o Murilo ficou com um pé atrás e não quis aceitar não, mas depois que eu conversei com os dois ele aceitou de boa.

Pipa: Nos braços de uma mina... - entrou em casa cantando qualquer música - Tô cansadão...

Ele se jogou ali no sofá já com a cabeça na minha perna com os olhos fechados, não falei nada pra ele, mas ele não aceitou e já puxou a minha cabeça lascando um beijo na minha boca, xinguei ele pela brutalidade mas ele só riu e ficou ali conversando comigo.

Pipa: Papo dez mermo - começou a falar - Tô querendo desistir dessa vida, mas não sei se esse é o caminho certo não.

Luana: Faz o que tu sentir que é bom pra você - digo dando de ombros - Tu tem que tá ciente com quem vai deixar a favela - ele balança a cabeça concordando.

Pipa: Com os nossos filhos - ele diz e eu dou um tapa no braço dele - É seio Luna, sei que tu não quer e os caralho, mas bora tentar.

Eu nem respondi mais ele, só voltei assitir minha novela e ele não tocou mais no assunto.

Eu não quero ser mãe por agora, talvez eu até mude de ideia, mas até lá vai demorar muito, muito mesmo. Depois que eu tive o meu primeiro aborto, perdi minhas esperanças total, na verdade, eu agradeci por essa criança não ter conseguido ser gerada na minha barriga, por que na época eu tava na noia, vivia trampando de noite e usando muita droga, então não tinha como e nem possibilidades de criar uma criança.

Mas eu ainda me pego pensando em como seria ter um filho, mas desse jeito não dá, meu relacionamento é muito conturbado e a criança iria sofrer muitos riscos.

Luana: Riquelme! - grito ele que desce as escadas correndo - Bora estudar, vai.

Ele bufou, mas foi pra cozinha pegando a mochila dele, eu dei dois tapinhas no ombro do Murilo pedindo passagem e ele deu vindo atrás de mim.

Antes a gente comeu o bolo de chocolate que eu tinha feito e ali começamos o dever de casa, mas foi impossível já que o Murilo era mais criança que ele e só zoava o menino.

Luana: Rala daqui, vai - empurro ele ainda olhando para o caderno - Vamo Riquelme, quanto é quatro dividido por dois?

Riquelme: Oito! - gritou convencido e eu coloquei a mão na cabeça rindo junto com o Murilo atrás de mim.

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