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LUANA 🎢

A semana passou correndo, tivemos somente dois dias de chuva, e o sol já chegou chegando, queimando tudo como de costume, o típico calor do rio de janeiro.

E hoje é sexta feira, dia do pagode que o Murilo tinha marcado na praça sete, e como eu não sou boba nem nada, eu vou, tô afim de dançar e de me divertir com a Amanda, falar nela, quero deixar ela mais perto do Pressão.

O pagode vai começar às cinco da tarde, e agora são três e meia. Hoje o salão não vai abrir, resolvi dar folga para as meninas hoje, mas amanhã e domingo abre normal, mas mesmo assim resolvi fazer esse agradado, até porque não é fácil trabalhar de segunda a domingo e não ter dias de folga.

Riquelme: Mãe, posso ir na casa do gordão? - entrou na cozinha e eu olhei para ele que estava com uma camiseta do Ben10, uma bermuda azul e uma havaiana branca.

Riquelme está se sentindo à vontade em me chamar de mãe, e isso está sendo bom, eu estou gostando.

Luana: Pode, mas não fica até tarde lá não - ele faz um jóia com a mão e vai saindo, mas eu grito ele - Leva um biscoito!

Ele voltou e abriu o armário pegando uma passatempo e saiu dali, escuto o barulho da porta sendo fechada e continuo ali na cozinha fazendo o que estava fazendo.

...

Já são quatro e quarenta, já arrumei a casa e já tomei o meu banho "premium", agora a missão é escolher uma roupa boa, confortável e bonita. Depois que eu peguei barriga, minhas roupas estão todas pequenas, eu consigo contar nos dedos as que cabem em mim ainda, eu preciso fazer compras, mas com o tempo corrido nem consigo.

Luana: O que você acha dessa saia e esse body? - mostro a opção para o Murilo que estava mexendo no celular - Hm?

A única opção que tem é uma saia preta legging, um body azul com decote nos peitos e uma havaiana branca com a bandeira, simples, bonito e confortável. Mas eu também só tenho essa opção, então vai ser essa de qualquer jeito.

Pipa: Bonita, mas e esse decote ai? - levantou a sobrancelha - Muito chamativo com essa tatuagem sua.

Luana: Chamativo nada - digo passando o creme no corpo - Eu gostei, então vou usar esse.

Murilo não falou mais nada, só deu de ombros e eu comecei a vestir a roupa.

Depois de muito tempo nós estamos aqui na praça, Amanda já estava aqui sentada em uma mesa sozinha com a sua Skol de garrafa, agora tá eu, Murilo, ela e Pressão que não tira a cara fechada que ele tem.

Amanda: Eu já tive mais pique de frequentar um pagode - ela diz enchendo seu copo - Não aguento mais ficar em pé, meus pés não aguentam mais não.

Luana: Nem me fale, mas eu fico com as costas doendo - digo dando um gole no meu copo - Vamos tomar essa rodada e bora dançar, talvez assim para.

Amanda concordou dando um gole só na cerveja dela e o pressão reclamou mandando ela cuidar por conta da criança, mas Amanda nem ligou, só estalou a língua e mandou ele ficar de boa que ela sabe o que faz.

Nós levantamos e fomos dançar com algumas mulheres ali, a maioria jogava o cabelo na nossa cara, mas não levamos desaforo e jogamos o cabelo também.

Enquanto nós estávamos ali dançando, eu percebi de longe um homem encarando a Amanda, eu avisei ela mas ela não deu a mínima, morena estava curtindo a música. O homem mostrava que estava interessado nela, mas do outro lado eu via o pressão encarando tudo com atenção, o olhar dele para o homem era mortal, papo de que ele iria matar ele aqui e agora.

Luana: Pressão tá vindo aqui - digo entre dentes ainda dançamos com ela.

Amanda: Que? - de repetente, sem a morena terminar a frase ele aparece do lado dela, já segurando pelo braço.

Pressão: Bora piar - ele diz seco mas ela nega com a cabeça - Não perguntei não, bora.

Amanda foi praticamente arrastada dali por ele, fiquei encarando eles até a moto dele sem entender nada, mas assim que ela me olhou abriu um sorriso safado e rolou os olhos se abanando, neguei rindo com a cabeça vendo o pressão dando um tapa na coxa dela e os dois sumiram de vista.

Voltei pra mesa e me sentei do lado de Murilo que estava com os braços cruzados e com a cara fechada, cerrei os olhos e já saquei que tinha algo estanho.

Luana: Diz logo - ele nega com a cabeça - Fala logo, não tô afim de dormir com você emburrado não.

Pipa: Vamo embora - ignorando totalmente a minha pergunta ele se levanta da mesa e me espera de pé - Vamo logo, bora.

Luana: Fala direito, caralho - fechei a cara na hora - Tá maluco?

Pipa: Em casa a gente conversa - sai andando na minha frente e eu fico ali na mesa pra terminar a minha cerveja.

Murilo tá estranho.

...

Já faz uma hora que voltamos do pagode, já tomei banho e ele o dele, mas até agora eu não escutei nada sair da boca dele, já insisti mas ele não abre a boca.

Luana: Quando você decidir abrir a boca, você abre - digo sem paciência indo para o quarto.

Não vou ficar correndo atrás não, quer falar fala.

Murilo gosta de guardar as coisas pra ele, gosta de ficar nessas e depois só se fode, e eu me preocupo com ele.

Apago a luz do quarto indo até a cama onde o Riquelme já estava dormindo e me deito ao lado dele, me cobrindo e já fechando os meus olhos por conta do cansaço, poucos minutos depois eu pude escutar o barulho da porta principal batendo. Murilo tinha saído de casa, então ele não vai voltar tão cedo.

Eu sinto que tem alguma coisa ai, mas eu não quero mexer, porque sei que vou encontrar o que eu não quero.

MalucosOnde histórias criam vida. Descubra agora