Quando o diabo não vem ele manda o secretário. Puta que pariu, hoje praticamente todas as clientes estavam com o capeta no corpo, a vaca da Gabily voltou, mas dessa vez estava com um homem todo tatuado, provavelmente deve ser um amante ou o próprio marido, vindo dela eu julgo até o ar.
A bonita não ficou de gracinha hoje não, a tatuagem que ela tinha na virilha não tá mais ali, parece muito que foi retirada no laser.
Mas deixando ela de lado, eu não entendi muito bem o porquê das outras meninas estarem tão estressadas, quase que teve uma briga aqui hoje, e por sorte elas se entenderam e tudo se resolveu.
Hoje eu vou sair mais cedo pra passar na maternidade, quero ver como a Amanda tá junto com o bebê, mas até lá, eu tenho muito trabalho ainda pela frente.
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Seis e seis da noite e já deu o meu horário, eu não consegui sair muito cedo por conta do trabalho, mas pelo menos eu estou aqui com a Amanda e o bebê dela, e estou aproveitando pra atualizar ela de todas as fofocas que eu fico sabendo dentro daquela favela.
Amanda vai receber alta amanhã mesmo, já vai fazer três dias que ela está aqui na maternidade.
Amanda: Luana, como está o Riquelme? - pergunta com um sorriso - Ta ansioso pro aniversário dele?
Luana: Nem tanto, mas disse que está feliz pela festa na praia - digo abrindo outro sorriso, olhando para o pequeno em seus braços me encarando com os seus olhos pretos arregalados - E ele está ansioso para conhecer o novo amigo.
Nós ficamos conversando tanto que eu nem vi a hora passar, quando deu nove e meia da noite eu chamei o meu Uber para casa, o engarrafamento estava muito grande, então cheguei em casa quase uma da manhã.
Como não tinha mais moto táxi, eu fui andando mesmo até a minha casa, minhas pernas estavam doendo, meus pés estão como um pão francês.
Depois de ter andado bem, cheguei em casa jogando a bolsa no sofá, o cheiro bom de desinfetante entrou no meu nariz, e eu aposto que eles usaram todo o frasco, o cheiro está muito forte. Passei pra cozinha e abri a geladeira pegando uma garrafa de água e já dando o primeiro gole. Saio dali apagando a luz e indo até o quarto, vendo os dois deitados na cama, dormindo sem camisa e com o ventilador ligado no último.
Abri um sorriso e acendi o abajur pra pegar uma roupa e a minha toalha. Peguei minha camisola e fui para o banheiro tomar o meu banho, demorei o necessário, queria tirar o peso do meu corpo e a exaustão do hospital. Passei meus cremes, escovei meus dentes e fui para o quarto deitando do lado do Murilo, empurrei ele um pouco que resmungou mas me deu um espaço.
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O pé da minha barriga está doendo muito, minhas costas junto com as costelas, parecem que estão sendo quebradas na mão de tanta dor que eu estou sentindo.
Luana: Murilo... - coloco a mão nas costas dele, fechando o meu olho de tanta dor.
Meus dedos dos pés se entortaram de tanta dor, minhas unhas cravaram nas costas dele.
Pipa: Aiai... - ele de um tapa na minha mão de leve - Que foi?
Eu nem consegui responder ele, só continuei apertando ele e tentando controlar a respiração.
Pipa: Fala meu! - jogou a lanterna nos meus olhos, fazendo eu fechar meus olhos - Tá com dor?
Balancei a minha cabeça e ele já foi se levantando e ascendendo a luz, Riquelme acordou todo desnorteado, continuei me contorcendo de dor e o Murilo começou a andar de um lado pro outro socando roupas minhas e da neném dentro da mala.
Pipa: Ajuda ela até o carro - ele jogou a chave pro Riquelme que pulou da cama - Vem.
Ele me ajudou a levantar da cama, e assim que eu fiquei de pé, o líquido escorreu por toda minha perna, eu encarei ele que ficou parado por um bom tempo me encarando assustado também. Um sorriso sutil aos poucos foi se formando ali no rosto dele, e ali sim a correria começou, Riquelme não sei como, já estava com o carro ligado e com as portas todas abertas, eu não consegui nem prestar atenção nele.
Pipa: Respira, respira! - ele falou apavorado e eu dei um tapa no braço dele.
Luana: Para de ser maluco - comecei a andar, indo direto para a cozinha - Eu tô respirando, só quero tomar água.
Ele estava mais apavorado que eu, parecia até que quem ia parir era ele, não eu.
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As contrações estão vindo com tudo, e eu não estou nem seis centímetros dilatada, e isso está me frustando pra caralho, eu quero ver logo o rosto da minha filha e parar de sentir essa dor insuportável que eu estou sentindo.
Murilo está aqui do meu lado, mandando áudio pra meio mundo de traficantes avisando que a filha já vai nascer, quando eu falo que esse homem é maluco, ninguém acredita em mim. Eu já recebi chamada de vídeo da cadeia, de irmão me mandando os parabéns. Murilo quando está feliz, perde a cabeça.
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@autoraonlydick__
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