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PIPA 🪁

Ontem eu escutei o primeiro "eu te amo" da Luana, e sinceramente, isso balançou meu coração, eu fiquei feliz pra caralho, em cinco anos de relacionamento nunca tinha escutado essa palavra sair da boca dela. Ontem eu fiquei vulnerável, pressão me viu de um jeito que eu nunca me mostrei para ninguém naquela favela, amoroso, eu ali era o Murilo total, e quando nós recebemos a notícia de que Luana estava grávida, eu fiquei mais feliz ainda, meu sonho é ser pai, meu sonho é poder criar uma família com a Luana, pra ser mais exato, um time de futebol.

Luana pra mim é um ouro, ela não vale ser comparada com nada além do nosso amor, papo reto mesmo. Luana é a mulher da minha vida, eu ainda vou pedir ela em casamento, e a nossa casa, eu já vou ir fazendo o projeto dela, quero fazer uma mansão dentro da favela, não uma mansão, mas um espaço maior e aconchegante, papo dez mermo, tô boiola com esses bagulho já.

Pressão: Vai caralho! - volto a realidade com a sua voz entrando na minha mente - Tu achou que eu não ia te achar, né não? Cuzão do caralho.

Deu mais três coronhadas na cabeça dele com força, ele estava com sangue nos olhos, tava cuspindo fogo, pronto pra matar o maluco, mas ele queria brincar, queria torturar ele da maneira certa, e eu dei essa carta branca pra ele, dei essa liberdade.

Pressão: Tu vai morrer, otário - fincou a faca na coxa dele, rasgando a pele enquanto puxa até o joelho - Tu matou inocente pra caralho, e nessas matou minha família! - ali com a faca no joelho, ele começou a girar e o cara começou a gritar, dava pra escutar o osso se quebrando - Mas fala ai, quem é o outro cuzão que te deixou sozinho nessa?

O cara com o rosto todo esfolado só abriu um sorriso sangrento e logo tomou um murro no meio da cara, os dentes já não existia a metade, pressão arrancou eles no alicate, de unha ainda tirando bem perto da gengiva.

- Tinha ninguém comigo não... - ele diz e pressão pega o alicate do chão pegando a língua do cara - Pode cortar, mas tu vai ficar sem sua resposta, otário.

Pressão sem demorar muito cortou um pedaço da língua do cara que começou a gritar alto pra caralho, mas parou assim que levou mais um murro na cara.

Pressão: Tu acha mesmo que o teu patrão vai vim te salvar? - outro pedaço da língua é cortado - Tu tá sozinho, tá na merda - sua mão tava cheia de sangue já - Diz ai, você vai morrer mesmo, então ele não vim atrás de você pra te matar.

O cara ficou calado, só rindo enquanto as lágrimas caiam dos olhos dele, tava ficando maluco já com aquilo, eu só queria ouvir o nome de quem estava com ele naquele lugar, eu já podia escutar o nome do peixe saindo da boca dele, mas eu não tinha certeza, queria era meter a bala nesse filho da puta e pegar a única informação que eu quero.

Pipa: Qualé porra - aponto o fuzil pra ele já com o dedo no gatilho - Diz o nome do cara, solta na roda, tá com medo de que? - abri a boca dele enfiando a arma ali - Vai maluco, o microondas já te espera do lado de fora.

Eu nem tinha mandado os cara preparar a porra do microondas humano, mas eu estava quase, queria ver ele sofrendo aos poucos, sendo queimado.

Pipa: Ácido ou microondas? - olho pro pressão que abre um sorriso maligno.

Pressão: Os dois - ele abre um sorriso mais largo ainda e sai de perto de mim pegando o galão de ácido e abrindo - Sente o cheiro - tiro a arma da boca do cara e ele passa o galão ali no nariz dele, fazendo o mesmo fechar os olhos por conta da química.

Pressão pra machucar o cara derramou onde estava cortado a perna dele, a fumaça e o cheiro de sangue começou a subir, o cara começou a gritar mais ainda e eu fechei os olhos, bagulho tava tenso.

Pressão: Diz, filho da puta! - e ali e não parou de derramar o ácido no careca, o sorriso que tinha no seu rosto era coisa de maluco, nunca vi pressão assim - Bora pro microondas, ta muito leve ainda.

O cara arrumado é levantando a força, ainda amarrado é empurrado até o lado de fora da sala. A salinha fica na área mais isolada da favela, ninguém tem acessos aqui a não ser os cara do movimento, e mesmo assim nem são todos que vem pra cá.

Pressão deixou o cara ali parado e começou a pegar os pneus, eu ajudei e colocamos até a cintura do cara, ele gemia e chorava pedindo pra parar, mas eu fingi que estava surdo e deixei pressão fazer o trabalho dele.

Pressão: Então tamo junto - mais ácido é derramado no cara - Quando tu chegar no inferno, manda um beijo pro capeta por mim.

A gasolina é jogada na cabeça dele e em todos os pneus, a caixa de fósforo é tirada de dentro do bolso e o palito se esfrega na lixa, a chama acende e o Pressão joga já tendo o fogo na hora.

Os gritos do cara era agonizante, todos que estavam ali com a gente virou de costas e tampou os ouvidos, ia mandar destampar, mas a cena estava forte mesmo, o cheiro de carne podre já estava subindo, mas os gritos não pararam ainda estavam ali.

- Richard! - o nome é solto de dentro das chamas - Pei...

E nada mais era se ouvido saindo dali fora os estalos do corpo e dos pneus.

Meu sangue ferveu na hora, a vontade de caçar o filho da puta do peixe nesse exato momento tomou conta do meu corpo, mas eu tinha que deixar o meu plano correr, tinha que fingir que nada estava acontecendo, eu ainda queria pegar ele, olhar bem no fundo dos olhos dele e ver como ele é bom em mentir.

Mas quando eu pegar ele, não vai sobrar nem história pra contar.

MalucosOnde histórias criam vida. Descubra agora