51

221 20 1
                                    

PIPA 🪁

Luana tava toda soltinha ali no meio do povo, mas eu tava só de olho no que é meu. Mandei chamar ela duas vezes, mas a filha da puta nem se mexeu ou deu importância, pedi pro pressão chamar a mulher dele pra trazer a Luana, mas negou também.

Filhas da putinha pura.

Passei o baile todo de olho nela, não tirei por um minuto, tava maluco já, minha vontade era de pegar no braço dela e arrancar ela ali do meio, papo reto mermo.

...

Luana tá puta comigo, matei a minha vontade, puxei ela pelo braço e tirei ela de dentro daquela quadra. Maluca veio toda de crescendo pra cima de mim, mas eu me fiz de maluco e continuei arrastando ela pra fora do lugar.

Mas agora a gente está aqui, no meio da rua discutindo, quero dizer, ela está brigando comigo.

Luana: Se liga Murilo, não tenho mais nada com você não - cruzou os braços em cima da barriga e olhou bem no fundo dos meus olhos - Para de ficar no meu pé, se manca, puxa o teu rumo que eu puxo o meu.

Pipa: To maluco mermo, mas tô maluco sem você - fui chegar mais perto, mas ela só me parou com um dedo no meu peito - Tá toda abusada hein, tá assim pra quem?

Luana: To assim pra ninguém não - disse toda brava - Aí Murilo, na moral mermo, tu não é piolho pra ficar na minha cabeça não.

Na hora eu abri um sorriso e ela fechou mais ainda a cara pra mim.

Pipa: Então quer dizer que você não me tira da sua mente? - cruzo os braços com um sorriso no rosto - Responde ai, tu acabou de me confirmar esse bagulho.

Luana: Teu ego tá muito elevado - disse virando de costas e começando a andar.

Comecei a ir atrás dela ainda com o sorriso no rosto, maluca tava pensando em mim esse tempo todo, eu sempre soube, eu boto fé que ela ainda vai voltar pra mim.

LUANA 🎢

Eu estava de boa na minha dançando com a Amanda, mas ai o embuste me tirou de lá pelo braço, passei maior vexame, mas sai de cabeça erguida.

No caminho inteiro pra casa ele ficou me acompanhando, palmeando cada passo meu naquelas vielas vazias, e isso me incomodou pra caralho, eu só queria minha paz, sem ele estar atrás de mim se gabando por ter entendido o negócio errado.

Quando nós chegamos na minha casa, ele já começou a se manifestar pra entrar, mas eu neguei com a cabeça e mandei ele embora. O bonito, ao invés de tomar o rumo dele, começou a fazer birra pedindo pra entrar.

Pipa: Vai Luna, até eu chegar em casa já amanheceu - ele bate o pé e eu dou risada da cara dele como sempre.  

Luana: Você já acostumado com o dia raiando - digo parando de rir e fechando a cara pra ele - Segue teu caminho vai, quero dormir.

 Murilo ficou me encarando e eu fiquei encarando ele, mas na verdade, eu só estava debochando da cara dele, enquanto ele me encara serin, com os olhos cerrados. Seus braços que estavam para baixo, agora estão cruzados.

Se eu não estivesse com tanta raiva dele, eu deixaria ele entrar, mas eu não consigo, o orgulho é maior.

Pipa: Porra Luna, deixa eu entrar, vai - ele chega mais perto, colocando seu corpo no meu - Eu durmo no sofá, tem problema não.

Novamente eu voltei a rir da cara dele, eu neguei e muito, eu não queria deixar ele entrar, mas ao mesmo tempo, sim.

Eu não sei explicar, sabe?

....

Meu corpo está muito pesado, minha barriga está muito dura, agora eu só consigo dormir em uma posição e pra um lado só, eu durmo de lado virada para a parede. Se eu mudar essa posição eu não durmo e ainda fico cheia de dor.

Me mexo um pouco na cama e sinto um pé entrelaçado no meu, enrugo a testa e viro a cabeça para ver se era o Riquelme, e quando eu vi era o Murilo, todo encolhido do meu lado sem coberta e sem nada, apenas com os pés nos meus.

Nego com a cabeça e levanto dali e arrumo meu baby dool indo para o banheiro do corredor, entro nele e começo a lavar o meu rosto e escovar os meus dentes, saio dali e vou até o quarto do Riquelme e não vejo ele ali, eu tinha me esquecido de que ele dormiu na casa do amigo outra vez.

Passo direto pra cozinha e já vou abrindo a minha janela e ligando a tv, começo a fazer o meu café.

Pipa: Caralho, me colocou no sofá e nem uma coberta me deu - disse se sentando no sofá já mudando o canal - Tu é maldosa hein, você não era assim, amor.

Luana: Não era nem pra você ter dormido aqui - digo colocando o café na minha xícara e indo pra sala - Otário.

Murilo não disse nada, só pegou a xícara da minha mão e deu um gole no café fazendo caras e bocas, pego a xícara da mão dele e me sento ali do outro lado, dobrando as minhas pernas.

Pipa: Volta comigo, vai? - ele do nada começa a falar - Tô querendo e não é de hoje, safada, qual vai ser?

Ele estava segurando o riso, essa última frase que ele disse foi quando ele tentou me conquistar pela última vez, há cinco anos atrás.

Luana: Vai trabalhar vai - dou mais um gole no meu café.

Pipa: Vou tomar isso como um sim - levantou dali e caminhou até a porta, girando a chave - Te amo maluca, e a nossa casa já tá ficando pronta.

Luana: Mas eu nem... - começo a dizer mas ele faz o sinal de silêncio e manda um beijo no ar.

Ele sai dali e eu caí na risada negando comigo mesma, Murilo dele achar que eu vou voltar pra ele, mas não vou mesmo.

MalucosOnde histórias criam vida. Descubra agora