Malucos

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PIPA 🪁

Porra, só arrumo problema pra minha cabeça, ontem mesmo Luna já chegou com sangue nos olhos, com a arma mirada no meu pau pronta para me castrar. Eu não julgo ela não, também iria ficar bolado se visse alguém com ela tatuada na pele e com um cartão no nome dela, mas eu não tenho culpa disso não, a maluca que ela falou, é irmã do Richard, irmã do Peixe.

E papo reto mesmo, eu achei que ela tinha morrido, afinal, maluca sumiu do mapa a anos e nunca mais deu as caras por aqui, e quando aparece, quer colocar o terror na minha mulher, só desgraça irmão.

Agora a gente já está em casa, sabadão hoje, dia de baile e muita coisa pra arrumar. Tava com os bagulho tudo certo uma semana antes, então é só montar as coisas na quadra e esperar o baile começar.

Luana: To saindo - ela avisa passando por mim e eu só balanço a cabeça.

Maluca gosta de trabalhar, ela folga somente no domingo e quando é feriado, admiro pra caralho isso nela, mas eu queria mesmo é que ela ficasse perto de mim, sempre nas minhas vistas, tá ligado?

Riquelme: Vou sair com uns amigo ms meu - aparece ali na sala só com a camisa jogada no ombro - Tô por perto.

Pipa: Ta de vigia hein - aponto pra ele - Se liga moleque.

Ele sai de casa e eu fico ali sozinho, mas também não demorou muito e eu já piei pra boca resolver uns negócios que estavam pendentes, e só era problema, coisa de maluco irmão. Vários nego me devendo e eu aqui com cara de tacho, sem mover um dedo, a idade tá chegando e eu tô ficando mole.

...

Luana tá enjoada pra caralho, tá vomitando e os caralho a quatro, já mandei ela ir no postinho e tomar um remédio, mas ela disse que não, disse que pelo menos hoje ela quer ir curtir o baile com a amiga dela que já está morando aqui na favela.

Riquelme: Vão voltar tarde? - entra ali no quarto - Queria chamar o gordão pra vim aqui, se vocês deixarem, é claro.

Luana: Pode trazer ele - ela diz dando três borrifadas do seu perfume - Mas não quebrem a casa.

Riquelme: Valeu mã...- parou de falar na hora e Luana e encarou ele com os olhos arregalados - Valeu, Lua.

Ele saiu dali e Luana me encarou com os olhos cheios de água e eu sorri negando com a cabeça. Fui até a mesma e envolvi ela em um abraço, deixei Luana de lado e fui terminar de me arrumar e desci para o andar de baixo e vi os dois ali na sala, assistindo o mesmo desenho de sempre.

Pipa: Toma aqui - digo tirando uma nota de cem da carteira - Pedem uma pizza pra vocês, e guarda o troco pra tomar um sorvete amanhã.

Os moleques agradeceram e eu parti pra cozinha já molhando a boca com o meu whisky, e de longe já senti o perfume dela invadindo o meu nariz, virei o líquido na minha boca e fui pra sala vendo Luana ali sentada, dando uns avisos para o Riquelme, ela se preocupa real com ele, papo de mãe mesmo.

LUANA 🎢

Fiquei maluquinha em quase ouvir o nome "mãe" saindo da boca do Riquelme, confesso, desde do dia em que vi ele senti algo estanho, e desde então eu tenho ele como o meu filho mesmo, um filho que a vida me deu. E se algum dia ele se sentir bem em me chamar de mãe, eu vou gostar, talvez eu até deixei cair algumas lágrimas por conta disso.

O baile tá gostosinho, tudo na paz, as monas balançando a bunda, as tias dançando, catador de latinha embrazando e tudo mais um pouco. Eu estou fora do camarote, tá eu e Amanda dançando igual duas condenadas, Murilo fica só de olho em mim e eu de olho nele, sei que ele não me traí, pelo menos eu espero, mas também não posso dar bobeira por ai e ficar dando uma de songa monga, não mesmo, mulher safada é o que não falta desse mundo, ainda mais no mundo onde eu vivo, a vida que o Murilo vive, a famosa vida rasa.

Amanda: Vai Luan, fode, fode minha buceta - ela começa a rebolar na minha frente e eu seguro na bunda dela - Caralho!

Ela para de dançar e arruma a postura, olhei pra ela sem entender e comecei a olhar para onde ela estava olhando, e quando eu vi, era o Pressão ali todo montado no preto, cheio das correntes e com o fuzil nas costas.

Luana: Calma ai - levo minha mão até a parte da frente do short dela - Tá chorando muito, que isso - gastei com ela que sorriu abanando o rosto.

Amanda: Anota o que eu tô falando - olhou bem no fundo dos meus olhos - Hoje eu me acabo de dar pra esse gostoso.

Eu gargalhei alto e ela fechou a cara legal pra mim, mas apenas parei e voltei a dançar com ela, ficamos ali mó tempão dançando e logo subimos pro camarote, e estava muito cheio, dava nem pra andar direito de tanta pessoa que tinha ali.
Fui até o Murilo vendo alguns traficantes ali e é claro que o Peixe também estava, respirei fundo tentando não ligar para a presença dele e me sentei ao lado do Murilo e Amanda perto do pressão que estava calado o tempo todo, só posturado na dele.

Gosto de gente assim, que não rende muito e fecha a cara pra todos.

Tava quase amanhecendo já, e só sobrou os zumbis dentro daquela quadra, Amanda já não estava mais ali, peixe graças ao bom Deus catou uma menina da sul e sumiu com ela.

Luana: Bora piar? - deito minha cabeça no ombro dele - Tô cansada.

Pipa: Tu já teve mais pique, dona Luana - ele gasta com a minha cara - Tô partindo, tá na sua conta.

- Jae patrão - fez o toque com ele - Pode ficar sussa.

Eu me levantei do lugar e a gente foi saindo do baile quase arrastados, no caminho Murilo foi dançando comigo, dando leves tapas na minha bunda e apertando ela.

Luana: Tá querendo e não sabe pedir - paro de andar e começo a rebolar para ele, que grudou seu quadril no meu e fez sua cara de safado - Tá com tesão hein.

Pipa: Tu que me deixa assim - saio de perto e vejo o volume na bermuda branca desfiada - Bora pra outra casa, lá tu pode gritar à vontade.

Concordei e a gente subiu na moto que já estava ali na frente do beco parada, Murilo sobre nela ligando a mesma e eu subo logo atrás, e ali eu nunca vi uma pessoa pilotar uma moto rápido igual ele, tesão tava tão grande que chegamos na casa em dois v.

Pipa: Vou te comer gostosinho - entrou em casa atrás de mim.

Luana: Quero nada meloso não - fui tirando meu vestido - Tu sabe bem como é.

Murilo sem falar mais nada veio até mim cego e sugou meus lábios.

Hoje a noite rende.