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PIPA 🪁

Tô maluco pra caralho, meu coração tá a mil, eu não vejo a hora de ver a cara da minha filha, de pegar ela no colo e mostrar tudo o que é nosso. Na sinceridade mesmo, eu amo a Luana, maluca, mas eu amo ela demais.

Luana: Murilo, chama aquela enfermeira pra mim - ela diz entre dentes, com a voz brava - Porra...

Luana tava se contorcendo toda por conta dessa tal contração, ver isso é ruim demais, parece até que ela vai morrer de tanta dor. Então eu saí dali do quarto e já fui chamar a enfermeira que veio sem preocupação alguma, a mulher tava plena enquanto eu tava apressando ela.

Novamente ela fez o exame de toque e viu que Luana está com nove centímetros de dilatação, e ali começou o processo do parto. Mudaram ela de quarto e levaram ela pra sala de cirurgia.

Pipa: Vê se não desmaia - passo a mão na cabeça dela que desvia apenas me encarando de canto com raiva.

Luana: Eu que digo isso pra você - ela fecha os olhos mordendo os dentes.

Eu não me atrevi em dizer mais nada, não quero receber uma má resposta nesse exato momento, então só fiquei ali vendo tudo o que estavam fazendo, fiquei atento a tudo, mas só não gostei de saber que quem vai fazer o parto dela é um homem, mas de resto tudo certo.

...

Luana tá gritando igual uma maluca, eu já prendi o riso várias vezes e em outras eu me coloquei no lugar dela e comecei a ajudar.

Luana: Eu não aguento mais! - gritou olhando no fundo dos olhos do doutor - Faz uma cesária em mim!

- Não mãezinha, faz força, já está coroando - ele diz com a maior calma do mundo e a Luana joga a cabeça pra trás revirando os olhos.

Eu tenho certeza que ela deve estar com vontade de xingar ele e a família dele inteira, mas como não pode, vai ficar calada e só gritando de dor.

Pipa: Vai amor, tô aqui contigo - coloco a minha mão em cima da dela - Faz força.

Luana respirou fundo e começou a fazer força, mas dessa vez sem gritar. Seu rosto de branco passou para vermelho, seus olhos se fecharam e ela começou a se tremer de tanta força que estava fazendo.

Não demorou muito e um choro fino ecoou todo o lugar, a sala que estava grande ficou pequena, meus ouvidos tamparam e eu só conseguia escutar o choro vindo da minha filha. Glenda.

Luana soltou a respiração e jogou a cabeça na maca, relaxando o corpo, eu saí de perto dela e fui até a enfermeira que já estava com a minha filha no colo, ela enrolou a menina no pano branco e me entregou ela. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu dei um cheiro forte nela.

Meu coração estava pulando dentro do peito, eu não conseguia explicar a felicidade que estava sentindo, papo reto mesmo, hoje é o melhor dia da minha vida.

Luana: Deixa eu ver ela - sua voz é fraca.

Olho pra trás e abro um sorriso bobo indo até ela com a menina nos braços, entrego pra ela que deixa as lágrimas caírem. Os olhinhos da Glenda estão totalmente abertos, analisando a mãe com cuidado, os dedos de Luana passeiam com cuidado no pequeno rosto redondo da pequena.

Luana: Você tá chorando? - ela me encara rindo e eu nego limpando o rosto com o braço - Olha Glenda, seu pai é um chorão.

Luana começou a rir e logo entregou a neném para a enfermeira, pra fazer os primeiros exames. Luna ficou mais algum tempo ali, mas logo foi liberada para ficar no quarto, que por ameças minha vai ser separado de todos.

Eu chamei o Riquelme que ficou esse tempo todo na recepção, nós ficamos ali discutindo sobre com quem ela parecia e logo ela veio, Riquelme ficou babando nela, a todo momento lavando a mão pra poder fazer carinho na cabeça dela.

Essa é a melhor cena que eu poderia estar vendo, minha família completa, quero dizer, incompleta, ainda falta muitos aqui.

Riquelme: Ela é a cara da mãe - meto logo um tapão na cabeça dele.

Pipa: Se liga moleque, cala a boca. 

MalucosOnde histórias criam vida. Descubra agora