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LUANA 🎢

Eu estou com muito nojo, estou com novo de mim e da pessoa que está se aproveitando da gente. Amanda também está comigo, mas não acorda, ela não abre os olhos desde do dia em que viemos parar aqui, e eu não tenho muita noção da noite pro dia, pois aqui é um cubo, sem luz alguma, tirando a que está pendurada no teto.

Meu celular deve estar cheio de mensagens do Murilo, me xingando e perguntando onde eu estou, eu nem sei se o vídeo que foi gravado foi enviado para ele, mas se tiver sido, ele já deve estar atrás de mim.

Luana: Amanda... - chamo por ela, chutando ela de leve - Você tem que acordar, vamos, vai.

Continuei balançando ela com o pé mas nada tava adiantando, Amanda foi muito violentada, foi muito maltratada. Seu rosto está todo machucado e suas pernas também, está muito difícil passar por isso e ver ela desse jeito.

- A bonita acordou - o homem que me apagou no baile entrou ali na salinha rindo - Tá afim de brincar hoje?

Luana: Se você chegar perto de mim, eu juro que te mato - digo e ele gargalha da minha cara - Vai rindo, jaja vai estar rindo junto com o capeta.

Eu recebi um tapa de mão cheia na minha cara, e aquilo doeu, doeu muito, mas eu não abaixei minha cabeça pra ele e nem vou abaixar.

Luana: Filho da puta! - grito com ódio nos olhos - Eu vou te achar, e eu mesmo vou te matar, eu vou atrás de você, guarda bem o meu rosto...

E ali eu não parei mais de apanhar, não parei de receber socos na cara e tapas, puxões de cabelo, e chutes nas minhas pernas.

Eu vou encontrar eles, assim que eu sair daqui, eu vou encontrar eles.

...

Eu estou toda dolorida, eu não consigo mais mexer minha perna, meus dedos da mão esquerda estão doendo muito, não duvido nada que eu quebrei alguns aqui.

Eu não deveria ter ido naquele baile, eu não deveria ter saído de casa, deveria ter ficado lá. Mas também eu não me arrependo, eu dancei muito e curti bastante, então eu não me arrependo de ter saído de casa.

Amanda: Eu não aguento mais...- ouço ela escutar e já olho para ela rápido - Meu bebê...

Amanda começou a passar a mão na barriga chorando, franzi o rosto pra ela raciocinei de que ela estava grávida.

Amanda está grávida.

Luana: Amanda! - grito por ela que tenta levantar a cabeça mas não aguenta - Você estava de quantos meses?

Amanda: Qua...quatro - arregalo meus olhos, Amanda não parecia estar grávida - Meu deus... eu não sinto mais nada mexendo dentro de mim, eu... eu...

Luana: Não precisa falar - atropelo a fala da mesma - Seu filho está bem, a gente vai sair daqui e você vai ver que o seu filho está bem.

Amanda começou a chorar, a miar, e a se lamentar por tudo, até me pedir desculpas, ela me pediu, por ter me arrastado para o baile, mas eu disse que ela não tem culpa, pois eu sei bem o que eu faço ou deixo de fazer, mas ela não me ouviu, e de tanto ela chorar, Amanda dormiu, dormiu com a mão na barriga.

Se o Murilo estiver atrás de mim, que ele chegue logo... Eu não aguento mais, eu estou sendo torturada, abusada e estou sem beber água e comer não sei quantos dias, nem sei se estou aqui a muito tempo, mas eu estou com medo, e estou desgastada.

Eu nunca pedi tanto para ver ele, nunca pedi tanto para olhar na cara dele e dizer que eu o amo. Realmente, a gente só quer dizer que ama quando a gente está perdendo ou está morrendo. Porra, eu não posso ficar vulnerável aqui, eu tenho que fugir, tenho que criar um plano, eu tenho.

Luana: Amanda... - cutuco a mesma com o pé - Acorda, tenho um negócio em mente.

Ela vai acordando aos poucos e logo me encara com os seus olhos vermelhos e fundos, dou um minino sorriso para ela e tento me ajeitar na cadeira, com as mãos amarradas para trás e com as pernas amarradas, não é muito fácil.

Luana: É o seguinte, eu nem sei se vai dar certo, mas talvez assim nós duas não vamos mais sofrer como estamos sofrendo - ela escuta tudo atenta - Eu vou dar em cima de um deles, o que mais aparece aqui, no caso o careca, vou tentar pedir por um banho e comida...

Amanda: E se ele quiser algo mais? - corta a minha fala e eu fico em silêncio por alguns segundos, eu não tinha pensado nisso.

Eu fiquei ali pensando enquanto ela me encara esperando uma resposta minha, mas nada, nada se passava na minha mente naquela hora, depois da pergunta que ela me fez, eu fiquei perdida.

Luana: Não vou poder render, mas eu dou um jeito - digo firme para mim e pra ela - A gente vai sair daqui, e não vai demorar muito.

Amanda ficou me encarando com brilhos nos olhos, eu não prometi que esse plano vai dar certo, mas também não disse que vai dar errado, então agora é ter fé e ver no que dá.

MalucosOnde histórias criam vida. Descubra agora