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LUANA 🎢

Hoje eu trabalhei com a cabeça quente, fiquei pilhada com o que eu vi. Quando deu o horário de fechar o salão Amanda já foi me chamando pra ir embora, mas eu decidi dar uma volta por ai pra esfriar a mente, mas não deu em nada já que eu estava afim de matar o Murilo na bala.

Então agora eu estou aqui, andando a favela com calma e sem pressa pra chegar em casa, não quero ver a cara dele agora, isso se ele estiver em casa. Filho da puta!

- Boa noite patroa - um dos meninos da contenção me cumprimenta e eu só balanço a cabeça, sei que se eu abrir a boca agora vou ser ignorante, então não falei nada.

Entrei em casa e só vi o Riquelme ali assistindo o desenho de sempre, ben10. Fui até ele e deixei um beijo na cabeça do mesmo, vendo o sorriso dele todo fofinho.

Luana: Cadê o Murilo? - pergunto deixando a minha bolsa ali no sofá e já indo para a estante, abrindo a última gaveta, vendo a arma ali dentro.

Riquelme: No banho - diz focado no desenho e eu pego a arma vendo se tem bala, e tem, duas bem douradinhas ali dentro - Que isso Lua, vai matar quem?

Não respondi ele não, só comecei a subir as escadas com a arma na mão, tava ficando cega já, nem sabia mais qual era o caminho. Entrei no quarto e já escutei ele cantando uma música qualquer dentro do banheiro, prendi minha respiração e abri a porta do banheiro dando de cara com ele cheio de espuma no rosto.

Luana: Vou perguntar somente uma vez - destravo a arma - Quem é Gabily Silvano?

Na hora ele parou de fazer o que estava fazendo e ficou ali parado, deixando a água cair pelo corpo todo, mas logo voltou a limpar a cara e me encarou nos olhos.

Pipa: E eu vou lá saber? - dá de ombros e eu miro a arma para o pau dele - Qual foi Luana, tá malucona?

Luana: Tatuagem maneira a dela - chego mais perto, ainda morando nele e encarando ele nos olhos - Somente sua, pipa.

Murilo começou a rir da minha cara, como se eu fosse uma peça de teatro na cara dele, mas eu acabei com a graça dele assim que dei no braço dele com o cabo da arma.

Pipa: Porra Luana, eu não sei quem é essa mina não! - gritou já com medo de morrer ali na minha frente - Se liga, nem dessa favela eu saio.

Luana: Cartão black e tudo? - entro dentro do box e ele encosta na parede - Tu vai morrer filho da puta, acha mesmo que eu vou aceitar ser corna assim de graça? Ta enganada.

Pipa: Larga de caô Luana - ele segura a arma na minha mão - Essa maluca é minha ex, mas eu nem falo com ela mais, papo sério, acredita em mim.

Luana: Era ela que estava com você naquela casa, não era? - já começo a lembrar do dia que dormi fora de casa - Porra Murilo!

Na hora que eu ia apertar o gatilho a arma é levantada pra cima e pedaços do teto cai em cima da gente, Murilo tira a arma da minha mão e joga longe me segurando forte pedindo para eu parar, mas eu estava ficando maluca já.

A cena estava feia, Murilo pelado pedindo para eu parar com as minhas loucuras, o chuveiro caindo água sem parar e o Riquelme ali na porta vendo tudo.

Luana: Moleque, se um dia eu ver você traindo alguém - aponto para o mesmo que já arregalou os olhos - Eu te mato, arranco essa sua rolinha e faço você engolir, me entendeu? - Riquelme não responde nada, apenas sai dali e eu escuto seus passos descendo a escada - Me solta desgraçado!

Pipa: Larga de noiagem! - gritou me virando, me fazendo ficar cara a cara com ele - Tu não pode estressar assim não, se liga maluca.

...

E aqui estou eu, quase meia noite e tomando soro na veia por conta do estresse que eu passei dentro daquela casa, mas mesmo tomando a porra do calmante, eu estou puta, por que o Murilo resolveu vim atrás de mim, ele está na mesma sala que eu, enchendo a minha cabeça de baboseira.

Pipa: Agora você vai escutar - ele começa a dizer mas eu nem ligo mais pra ele - Essa maluca ai é a irmã do Richard, maluca era gamada em mim e eu dei uma chance - ali sim eu lancei um olhar mortal para ele - Mas isso aconteceu antes de pegar você pra mim, acredita. Mas voltando, ela ficou tão maluca que chegou a tatuar essa porra aí, eu nem lembro mais onde ela fez esse negócio, e sobre o cartão, não é meu, ela só colocou no meu nome e continua usando como se eu fosse o marido que dá o cartão pra ela usar.

Minha cabeça estava muito cheia pra querer acreditar nele agora, então eu só virei para o outro lado e já senti suas mãos em mim, tentei tirar mas sem sucesso.

Pipa: É sério Luna - ele senta no pé da poltrona - Eu nunca te traí, papo sério mesmo, nem penso nisso - senti sinceridade vindo dele mas não rendi - Minha mente é só você, você e nos nossos filhos.

Murilo ainda segurando os meus braços deixou um beijo demorado ali nos meus lábios, não fechei os olhos e ele também não, mas eu não rendi não, fiquei no meu canto enquanto ele ficava brincando com a minha barriga.

Essa história ainda está difícil de engolir, nem sabia que o peixe tinha irmã.

Se eu mexer, eu vou encontrar alguma coisa, e quando eu encontrar, não vai prestar.

MalucosOnde histórias criam vida. Descubra agora