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LUANA MEDEIROS

-Gabriel, que ideia de mongol, cara.- digo fazendo aquela bendita trilha.


-Tu tá muito fraca, cara, a gente tá andando não tem nem 5 minutos.- ele diz.


-É só subida, porra.- digo ofegante.


-Não dá pra passar disso aqui, você sabe, né?- digo quando chegamos em uma parte muito inclinada.


-Claro, que dá, a gente já tá chegando no topo.- ele diz.


-Taquipariu.- digo chutando um galho.


-Eu vou morrer e a culpa vai ser sua.- reclamo.


-Reclamona pra caralho, que que isso.- ele reclama.


-Falou o que tá reclamando nesse exato momento.- reviro os olhos.

Eu juro que pensei em desistir de viver no mínimo umas 15 vezes.


-Chegamos.- ele diz.

-Que merda, ein.- digo.

-Ah, cala a boca.- ele diz.


Me sentei no chão e fiquei olhando a paisagem.

A gente tá no topo de um morro, eu não sei como eu consegui subir isso tudo.


Ele se sentou do meu lado e nós ficamos em silêncio.


-Você tá bem?- ele pergunta depois de um tempo, quebrando o silêncio.

-Tô, ué.- dou um sorriso sem graça.


-Fala a verdade, Luana.- ele me olha.


-Ué, eu tô falando.- digo.


-Eu sei que você não tá bem. Não caio nesse seu papinho de não querer falar sobre o assunto.- ele diz.


-Você gosta à beça de falar.- ele provoca e nós dois rimos.


-O silêncio sempre foi o seu grito mais alto, Luana.- ele fala e eu suspiro.


Maktub.- Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora