Tudo Odara.

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Odara

adjetivo de dois gêneros

1.

palavra-ônibus que qualifica com atributos positivos: belo, bom, excelente etc.

"um sujeito o."

2.

de maneira conveniente, em boas condições, confortavelmente.

"ficar o."

☼✳☾

Ao entrar no quarto, radiante, somente abriu a porta de supetão e nem se preocupou em fechá-la, era pra quem quisesse entrar, quem quisesse se achegar, quem quisesse ver. Sabia que ela estava ali, divina como sempre.

E não deu outra.

Sem avisar e na ponta dos pés andou até as janelas, escancarando-as para a luz entrar iluminando seu quarto de paredes amarelas, obra que tinha feito em um pico de energia implicando que tudo estava morto em sua casa, então a transformou por inteiro em um sol chamativo, colorindo cada cômodo de amarelo. Na mesma hora Dalila sentiu a pele esquentar, sendo abraçada pela quentura da natureza.

Ouviu uma breve risada baixa em tom vitorioso. Sentia também o seu corpo sendo admirado, mas não deu bola, seguiu de olhos fechados e imóvel.

Não demorou para os sons seguintes serem da cama estralando, os lençóis se movendo e a preparação para seguir com atitudes. Rapidamente um tato já alcançou a pele preta e brilhosa, bem hidratada, bem na nuca onde os dedos adentraram no cabelo em uma carícia intensa.

— Olha só quem está aqui. — Surgiu em um sussurro ao ver a moça arrepiando.

Sua mão desceu pela linha da coluna até se apossar da cintura acentuada e bonita, onde apertou, usando-a de apoio para chegar mais perto.

— Esse perfume... — Inalou profundamente enfiando seu rosto no pescoço dela, a boca se sentiu tão tentada que começou a beijar aquela extensão. — Tão linda você. — Elogiou e mordeu o trapézio, nada bruto. — Essas tatuagens... — Seu nariz roçou pelo ombro e não resistiu novamente, precisando também deixar as suas carícias bucais no músculo. — Eu amo essa sua coruja. — Declarou se demorando por ali em sua adoração a cada centímetro de tinta, subindo e descendo várias vezes.

— É mesmo? — Lila respondeu, virando de frente para a mulher e consequentemente impedindo-a de seguir naquela sua tatuagem específica. — Que delícia, tá de bom humor hoje? — Se surpreendeu, segurando o rosto dela com uma mão só e retribuindo aos selinhos rendidos que recebia.

— Com você? Tá tudo odara, minha preta. — Respondeu fazendo-a sorrir e se contagiando também, se sentiu ainda mais instigada com a mordida em seu lábio inferior e a puxada logo após.

— A tua preta é? — Perguntou, deliciando o apelido em sua boca. Era bom ser a preta de alguém... Ou melhor, ser a preta dela.

— Minha pretinha. — Tentava iniciar um beijo, estava morrendo de desejo, mas a outra não cedia. A envolvia, fingia que ia acontecer, mas encerrava antes mesmo de começar, justamente na intenção de provocar. — Isso, maltrata mais. — Resmungou deixando que ela brincasse com seus lábios enquanto ansiava um contato maior. A risada maldosa lhe fazia se sentir mais instigada. — Você sabe que eu sou rendida mesmo. — Declarou e logo em seguida ofegou quando ela chupou seu lábio inferior.

— Adoro você assim. — Admitiu enrolando cada vez mais para beijá-la, mas tinha noção de que não aguentaria muito porque a outra subiu em seu corpo e colou os seus quadris. — Na verdade, adoro você de todos os jeitos. — Passou uma perna pela cintura dela, envolvendo-a e a obrigando a não sair dali.

Olhos de mar, céu e estrelas - Lésbico.Onde histórias criam vida. Descubra agora