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"Amor? Liberei do trabalho ainda agora, queria te ver antes de você viajar e antes de entrar de preceito, quero ficar agarradinho... Tá em casa?" enviada por Elizabeth às 17:30PM.
"Não vou viajar hoje, vou deixar pra terça só. Estou em casa, deitada e encolhida" enviada por Dalila às 18:00PM.
Assim que as orbes azuis leram a mensagem, precisou suspirar, havia se preocupado. Era impressionante estar com alguém no qual tinha tamanho nível de conexão a ponto de saber o humor daquela pessoa só pelo jeito de escrever.
Só tinham alguns meses de companheirismo com encontros vez ou outra em meio as saídas do trabalho e a sala de aula, ainda sim, a intuição de Elizabeth apitava mostrando que a sua parceira provavelmente sentia dor e que seu mecanismo de defesa falava mais alto, não queria preocupar, bem como sua dificuldade de comunicação e de pedir ajuda também estavam presentes.
Não era para qualquer um ser tão acertiva em suas deduções, era preciso prestar atenção aos detalhes e conhecer, de fato, como seu parceiro agia em determinadas situações, baseados não somente naquilo que seus olhos viam, bem como naquilo que escutava sobre ele e dele próprio.
Se adiantou por causa das suas percepções, checou se a chave do apartamento da companheira estava em sua bolsa e passou em alguns estabelecimentos para tentar agradá-la de alguma forma.
Ao chegar, se identificou na portaria e seguiu até o apê da parceira. Adentrou o lugar achando tudo muito silencioso, nem mesmo o som da televisão baixinha estava presente, como costumava de ser, parecia até que não tinha ninguém em casa.
— Passarinho azul me disse que alguém aqui estava morrendo de cólica hoje. — O coração amoleceu ao vê-la toda enrolada e com as marcas de lágrimas no rosto, chutou a possibilidade do problema, visto que era a única coisa na qual a mais velha reclamava ultimamente. Muitas dores e efeitos corporais.
— Beth? — Disse surpresa, sentando devagar. O sorriso foi inevitável.
— Não, a cura das suas dores. — Corrigiu em um bom humor e a fez rir brevemente. — Tenho que cuidar da minha pretinha. — Expressou sua preocupação e a validação de que a moça também precisava de cuidados. Quem que não adora ser cuidado? — Trouxe um remedinho e brownie para alegrar seu dia. Nada mais justo do que um chocolate já que você nunca provou do meu de verdade. — Evidenciou entregando o copo de água com o comprimido.
— Não acredito, não precisava. — Foi modesta como sempre era. Ninguém nunca havia cuidado de si quando sentia cólicas, era diferente e agora se sentia especial. É bom ser o querer de alguém.
— É claro que precisava. — Defendeu observando a moça beber o remédio. — Eu sei o que está passando agora e imagino que seja muito bom ter alguém assim pertinho, pra gente poder abraçar, sentir um carinho. — A fez sorrir novamente e então recebeu um selinho que muito lhe agradou.
— Estarei atrapalhando seus afazeres com uma coisa banal. — Resmungou querendo fazer caso, mas assim que Beth sentou, recostando-se na cabeceira, logo se encaixou entre as pernas dela e as cobriu com um cobertor grosso.
— Suas dores jamais serão banalizadas por mim. — Informou dando um beijo na bochecha dela, porque sabia da importância do topo da cabeça para sua companheira, então jamais tocava nele sem permissão.
— Obrigada por isso, amor. — Disse meio sem jeito por receber tanto carinho e aceitou a embalagem decorada com o chocolate dentro.
Abriu ainda envergonhada, admirando cada detalhe. A primeira mordida no brownie foi como um orgasmo no paladar, uma dose de chocolate era tudo o que estava precisando no momento e podia até jurar que a cada mordida que dava sua cólica ia 1% embora e seu humor melhorava.
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Olhos de mar, céu e estrelas - Lésbico.
Storie d'amoreElizabeth desde a sua infância tem sonhos questionáveis com pessoas específicas a quem não conhece, mas a medida em que foi crescendo, receber a visita de uma determinada moça por meio dos seus devaneios tornou-se bem mais frequente. Como não podia...