Banho de sol.

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Aviso de conteúdo sensível.

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— Acabei de receber uma ligação de que a aula que eu ia dar vai ser cancelada porque vão precisar detetizar a faculdade toda. — Surgiu da porta do quintal, indo em direção a aluna que estava sentada no sofá da sala, mexendo no notebook que estava em seu colo.

— Oi? — A voz apareceu primeiro e depois o olhar, onde desnorteou por inteiro ao observar a mais velha trajada em um short curto e uma camiseta de malha com alcinha, quase transparente, dobrada ao meio deixando o abdômen exposto e mal cobrindo seus seios. Até arregalou os olhos, esquecendo do universo.

— Disse que recebi uma ligação e minha aula foi cancelada. — Repetiu se aproximando e rindo da outra moça que encarava seu abdômen. Até verificou se não estava sujo, mas nada havia ali.

— Pode repetir, por favor? — Pediu franzindo o cenho, completamente alheia.

— Falei que minha aula foi cancelada. — Observou ela deixando o notebook de lado e as mãos tomando sua cintura. — Elizabeth? — Chamou com uma sobrancelha arqueada, sentindo o nariz dela se enfiando por baixo da sua blusa até chegar no vão dos seus seios.

— Sim? — Ela disse descendo suas mãos para o bumbum, puxando-a para mais perto. — Sua aula foi cancelada. — Repetiu o que tinha ouvido e em seguida distribuiu as suas carícias pela tatuagem dali. Respirou fundo e voltou seu olhar para ela, fazendo com que a moça se sentasse em seu colo. — Isso significa que se eu não estivesse aqui, você poderia ficar por mais tempo...

— Não. — Não gostou do viés negativo que ela havia usado, como se tivesse se tornado um empecilho em seu caminho. — Significa que eu vou torcer pra algo acontecer em seu trabalho também. — Riu brevemente. — Se você pudesse e quisesse ficar, ganharíamos mais bons dias.

— E se eu não tiver como? — Perguntou pensativa, se sentindo culpada.

— A gente volta, sem problema algum. Quero ficar aqui porque quero estar com você, sem a interrupção do mundo. — Confessou mexendo nos cachinhos dourados.

— E se eu te contar que acordei com uma mensagem do meu chefe hoje. — Disse sorrateira e recebeu um semicerrar de pálpebras. — Ele ainda não me respondeu, mas, posso me iludir talvez. Nunca aconteceu, ele é muito canguinha, um dia sem abrir o ponto o homem já pira a cabeça... Só que não costuma me mandar mensagem e posso ter esperança.

— Tenho dó dele não, viu. Deve estar podre de rico, explorando vocês. — Pontuou em revolta. — Eu só não digo: "Que inusitado seria se o carro dele quebrasse no meio da estrada e ele ficasse impossibilitado de voltar para a cidade" porque praga da minha boca pega e eu tenho medo do karma. Afinal seria uma porra se o meu carro quebrasse na estrada, entende? — Compartilhou rindo e causando risadas em Elizabeth.

— Tu é soteropolitana mesmo né? — Perguntou se divertindo com aquele sotaque.

— Sou sim e tu? — Beijou a bochecha dela.

— Não, sou baiana do interior. — A respondeu. — Seu sotaque é gostoso, você xinga de um jeito tão natural e cantado.

— Isso é uma ofensa? Tá falando que a gente xinga muito? — Cruzou os braços indignada.

— O porra como se fosse vírgula, é o charme. — A fez gargalhar alto. — Adoro te ouvir falar. — Deu de ombros, abraçando-a pela cintura.

— Coisa é cá, adoro conversar com você. — Mordeu a bochecha dela. — Deixa eu ir, vá fazer seus trabalhos que vou adiantar meu cavalo e fazer o que tá faltando aqui, já que não preciso mais preparar aula.

Olhos de mar, céu e estrelas - Lésbico.Onde histórias criam vida. Descubra agora