Novo dormitório

9 0 0
                                    

- Ah, você está aqui? - Youngjae perguntou da cozinha ao ver Mark entrando no dormitório.

- Sim. Eu costumo usar a hora do almoço para passar no hospital. A propósito, devo ir indo. - O americano comentou, enquanto tirava a carteira e as chaves do carro da mochila e caminhava até a porta.

- Mark, espere! - Youngjae gritou antes que seu hyung abrisse a porta para sair. Mark virou-se para encontrar seus olhos ansiosos e prontamente elaborou sua resposta, pronto para dizer exatamente o que imaginava que o outro queria ouvir. Ele já estava acostumado com essa rotina. Todos estavam constantemente monitorando-o e, embora às vezes parecesse um pouco desconfortável, a preocupação de seus amigos com seu bem-estar deu ao americano um sentimento de pertencimento. Eles se tornaram como irmãos mais novos para ele. Porém, na maioria das vezes, ele era um hyung tratado como um maknae.

- Eu sei o que você vai perguntar. Então deixe-me dizer de antemão, tomei meus remédios CVS e já comi alguma coisa. Não estou enjoado nem me sinto enjoado de qualquer outra forma. - O mais velho suspirou. - Acabei de encontrar Bam e Gyeom no prédio da empresa e os dois me perguntaram a mesma coisa. Alguma outra pergunta?

- Como ela está? - O mais novo perguntou baixinho, esperando que Mark não negasse ter lhe dado esse tipo de informação. Desde o outono, Dorine não acordou. Ela estava em coma há quase um mês e, embora Mark odiasse hospitais, ele religiosamente a visitava todas as semanas. JYP pelo menos lhe concedeu esse tipo de liberdade.

- Mesmo assim, ainda em sono profundo. Então, sim, nenhuma mudança. - Mark respondeu brevemente. Ele não se importou em responder aquela pergunta, o que realmente o incomodava era o fato de ele sempre dar a mesma resposta. O estado de sua mãe nunca parecia melhorar e ele se recusava a acreditar que isso iria acontecer. Em pouco tempo, ele se livrou da nosocomefobia. Desde que ia ver Dorine semanalmente, ele se acostumou a passar horas dentro de um hospital e foi assim que finalmente superou o medo. Ele se forçou a isso, ele não teve escolha. Durante a fatídica visita de Dorine ao dormitório, a mulher mencionou como queria que seu filho agisse como um adulto e pediu a Mark que parasse de correr. E agora ele sabia que precisava amadurecer, pelo bem de todos. Ele completou 18 anos, então era hora de crescer e, principalmente, de superar seus "medos infantis", como ele os chamava. O abandono também era um desses medos. Ele procurou deixar isso para trás também. Taek-geun provou que era mais como um pai para ele do que Raymond tinha sido. Mark agora confiava totalmente no padrasto. Eles ficaram ainda mais próximos depois do acidente de Dorine. Ironicamente, só agora que Dorine pediu o divórcio é que a adolescente percebeu que realmente havia se casado com um homem muito bom. Ele nem corrigiu mais o Sr. Lim quando o chamou de "filho". O diretor havia se tornado oficialmente família. Taek-geun estava no hospital com Dorine a maior parte do tempo, e o adolescente ficou grato por isso. Seu padrasto praticamente deixou o Kirin High nas mãos do vice-diretor para ficar ao lado da esposa. O americano se perguntou se ele havia desenvolvido sentimentos por ela em algum momento, mas não ousaria perguntar a Lim sobre isso. Pelo menos não agora.

- Ela vai acordar, hyung. Não perca as esperanças. - Youngjae disse, lançando-lhe um olhar simpático. Mark se perguntou se isso seria uma coisa boa. Ele se considerava um filho terrível por pensar assim, mas não tinha certeza se queria que sua mãe acordasse. Ele sabia o que ela exigiria dele assim que o fizesse. E ele não sabia se seria capaz de negá-la mais uma vez. Enquanto Dorine estava na cama do hospital, ele teve a melhor desculpa para não voltar aos Estados Unidos e cuidar dos negócios da família. Ele havia informado sua tia na América sobre o estado de sua mãe e, como precisava cuidar de Dorine, deixar a Coreia do Sul estava fora de questão. Sua tia entendeu e prometeu-lhe cuidar da firma na ausência deles. Mark ficou um tanto aliviado. Ele sabia onde sua mãe estava. Ela não estava perdida. Ele podia vê-la todas as semanas. Muitas vezes ele conseguia falar com ela, livremente, sem ter que ouvir as constantes censuras da mulher. Não houve discussões entre eles. Ela estava viva, em um lugar onde ele sempre poderia encontrá-la. Ele se sentia um pouco mais próximo dela agora, mesmo não tendo certeza se ela o ouvia sempre que ele falava sobre seu dia na escola ou sobre a rotina de treinamento na JYPE. Ela estava silenciosamente em paz e ele não consideraria isso garantido. Raras eram as ocasiões em que eles estavam na mesma sala sem gritar e sem fazer o outro se sentir infeliz. Mark acreditava que esses tempos haviam acabado para sempre.

Que comece uma nova era: O início de Got7!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora