CAPÍTULO 60

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°▪︎ Alexander Malcolm ▪︎°

Franzi o rosto sentindo uma certa apreensão, o sorriso dele, o modo como ele estava agindo, eu não sei o que exatamente ele estava tramando, mas era óbvio que não era algo bom!
Meu pai diz passando a mão levemente pelos meus cabelos.

— Sua mãe era muito especial, não só pelo fato de eu amá-la, porque sim, eu a amava inimaginavelmente, mesmo que eu quisesse resistir, nunca conseguiria, porque como eu disse antes ela era uma humana muito especial!

Ele puxa o ar e eu estava encaixando o que ele dizia na minha mente “Humana Especial?” 
Ela era diferente?
Mas, o quão diferente?
Ele estuda minhas expressões pelo que pareceu ser uma eternidade e então disse.

— Você deve ter ouvido no tempo em que ficou com aquelas criaturas sobre os Genibrianos?

Ele parece não se importar se vou responder, cerro o olhar por um segundo e então continua.

— Poucas, muito poucas pessoas na verdade, hoje em dia conhecem a verdade por trás das lendas e das histórias contadas, mesmo para os Noturnos, poucos deles sabem a verdade sobre suas origem!

Travei o maxilar e digo em um tom um pouco frívolo.

— E você com certeza sabe não é?

Ele sorri, um sorriso maldosamente astuto, eu sempre era uma criança com relação a jogar seus jogos, nunca esperto demais, sempre um passo atrás. Papai diz em um tom sombrio.

— Eles eram alquimistas, pessoas que com muito estudo da ciência, e se aprofundaram na arte de canalizar energia que gira ao nosso redor!

Me lembro de algo que vovó Sean e Kraven haviam dito com relação a isso. Papai continua seu monólogo.

— Humanos que se tornaram especiais, que se tornaram superiores por conseguir tal feito, pois aparentemente mesmo dentre os alquimistas nem todos tinham a capacidade de passar pelo ritual, uma quase morte ou morte de fato, essa parte da história nunca ficou muito clara, com uma poção que eles criaram, para uma nova vida, uma em que você de algum jeito se ligava e absorvia a energia vital ao seu redor, mas tentar virar um tipo de Deus traz consequências! 

Puxei a respiração profundamente enquanto ele continuava.

— As pessoas como eu, que se tornaram meros humanos “comuns” não aceitam que um poder tão formidável como esse, não fosse algo compartilhado, e obviamente coisinhas como eles, não gostam de ser pressionados a dividir seu conhecimento, eles fugiram, se esconderam fizeram seu próprio lar e nele prosperaram, ao menos por um tempo, mas, nós os encontramos, no entanto o conhecimento antes aprendido por eles para se tornarem o que se tornaram, se tornou esquecido, apagado de suas lembranças, porque eles já não precisavam mais dele, eles não precisavam mais do ritual, eles agora nasciam ligados a energia. Então nós não víamos alternativas a não ser capturarmos vários deles, os forçando aos limites físicos e de sanidade, no entanto nada era nos dado, então começamos a abri-los se não saberíamos por suas bocas, seus corpos falariam… Homens, mulheres, crianças e até mesmo bebês, estudados até a última ponta de cabelo para literalmente migalhas, o que quer que fosse, o que quer que tenham feito para se tornarem as criaturas mais poderosas da face da terra era somente pertencentes de seu vil povo, o que nos levou às primeiras tentativas de procriação!

Meus olhos arregalaram, a náusea revira meu estômago enquanto o horror daquelas palavras passa por mim, me trazendo as memórias da Ártemis. Ela foi brutalmente abusada ainda criança, e pensar que eles já haviam machucados outras garotinhas antes, eles, ele era o real monstro da história. 
Uma vez minha fêmea me disse.
Nós só atacamos, porque fomos atacados primeiro!
Essa era uma verdade nua e crua!
Papai me tira dos meus pensamentos dizendo.

Lua & CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora