▪︎ Capítulo 13 ▪︎

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°▪︎ Alexander Malcolm ▪︎°

A reunião com os outros Generais e meu pai era sobre a punição aplicada por mim no pavilhão principal sob meu comando, o que fazia tudo ainda mais excruciante, e como alguns desses velhos idiotas estavam me irritando!
Papai, ouvia tudo, mas ele parecia não se importar com o fato de ter executado uma punição, ao contrário disso ele parecia muito satisfeito com meu feito, não pelo fato de ter punido babacas por seus crimes hediondos, mas pelo fatos desses babacas terem fodido com criaturas que eles deveriam nas palavras do grande Marechal Malcolm, abominar!
Se ele soubesse que acabei de fazer o mesmo com um dessas coisinhas que ele tanto odeia, e quero fazer de novo, e de novo e quantas vezes forem necessárias até sentir que a pele dela está totalmente impregnada sobre a minha!
Saio dos meus pensamentos com papai dizendo.

— Chega, o General Malcolm agiu com sabedoria, soldados podem sair e ir nas cidades próximas se querem enfiar seus paus em uma boceta, é inaceitável que façam isso com essas aberrações não-humanas!

Reviro os olhos levemente, me perguntando se ele me vê ou me chama de aberração quando não estou na presença dele, e se eu não fosse uma exata cópia física dele diria até que ele não é meu pai pela maneira como ele sempre me tratou desde que eu me entendo por gente!
Sempre me fez sentir como se eu tivesse culpa, da minha mãe ter sido mordida por um lobo da matilha Turtschaninoff, durante a minha gravidez, que me teve enquanto o veneno de lobo a mutava, que eu nasci com tudo o que ele mais odeia, exceto pela maldição da transformação durante a lua cheia, passei longos anos sendo acorrentado nesses períodos de lua enquanto crescia, enquanto ele se garantia de que eu não era 100% um dos monstros que deveria estar preso em um de suas celas!
Puxo o ar com força, cerrando as mãos em punho, tentando acalmar a raiva que crescia ao lembrar como ele me odiava, mas me treinava, me moldava em uma tentativa patética de ser sua arma mais perfeita, e de fato eu sou!
Mas não por ele e sim pelo que aconteceu com ela, minha mãe!
Ouço a porta atrás de mim se abrir lentamente e alguém entrar, então meu pai diz.

— Partindo para um assunto que de fato requer nossa atenção, tivemos um ataque hoje em Alasul, e outro em Balaton, raposas assaltaram algumas pessoas nas estradas entre as fronteiras!

O General Willou de Balaton diz em um tom sério.

— Isso tem haver com nosso pequeno pacto problema com Krignadum, o Rei Tallus está descumprindo o nosso antigo acordo aceitando raposas desse lado das fronteiras!

Encaro Niko que estava encostado na parede com expressões sérias e conflitantes, me fazendo cerrar os olhos para ele, porém tudo o que meu irmão faz e me ignorar mantendo sua falsa atenção ao problema que não podemos resolver! 
Digo chamando a atenção de todos.

— Não podemos começar uma retaliação com Krignadum, se eles se juntarem aos nossos inimigos por acreditar que estamos quebrando nosso pacto de acordo, com o qual a Ordem mantém distância das raposas cidadãs de lá. Seria o início de um enorme banho de sangue e no fim nós perderíamos!

Todos permanecem calados, mas não era nenhuma mentira, Krignadum e um território grande e não faz parte de Aldrendor apesar de estar na nossa porta, tem seu próprio rei e povo e lá eles tem convivência pacífica com as raposas, a Rainha deles e uma raposa, o rei deles e um ser que de algum jeito conseguiu longevidade, por esse motivo meu pai e os outros acham que nós também podemos, que eles podem ter isso, seja lá o que quer o Rei Tallus tenha feito para ter!
Papai diz depois de um longo tempo de silêncio.

— Meu filho como sempre é muito sensato. Esse ainda não é o momento de um conflito com o Rei Tallus, não enquanto nossa vitória não for certa! Vamos continuar com a diplomacia e informar se novos refugiados chegaram nas fronteiras deles que sejam enviados a nós como prova de nossa boa cooperação mútua!

Surpreendo-me ao ouvir meu pai me chamar de filho na frente de outros, era algo quase inédito, mas esse gesto era algo que era tão facilmente ignorado por mim. Ele finalmente encerra a reunião e desliga a videoconferência, me levanto da minha cadeira encarando Niko seriamente enquanto digo.

— Aconteceu algum problema?

Ele negou com a cabeça enquanto disse em um tom estranhamente irritado.

— Não Sr. General Malcolm! 

Pressiono os lábios levemente acenando, nós saímos da sala e eu sigo em direção a cela ouvindo um suspiro baixo ao meu lado, eu sei que Niko não está de acordo com o que eu estou e vou fazer, mas eu sei que assim como eu faria por ele, ele mata por mim e morre também, nossa irmandade está acima do juramento dos caçadores!

Lua & CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora