▪︎ Capítulo 6 ▪︎

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°▪︎ Alexander Malcolm ▪︎°

Sai de dentro daquela cela com a cabeça estranhamente perturbada. A visão dá híbrida acordada, dos olhos tão azuis quanto os meus me encarando, foi como se estremecesse com violência algo dentro de mim, e eu realmente não estava confortável com isso!
Saio dos meus pensamentos conturbados com Niko parando diante de mim, ele diz em um tom sério e também receoso.

— E então Xander, conseguiu o que infernos queria com aquela coisa?

Trinco os dentes, pois eram pensamentos como os do meu amigo que faziam com que os nossos soldados se achassem no direito de violar os corpos delas como se eles também fossem como os “animais” irracionais que nós caçamos!
Elas não eram coisas, e sim pessoas!
Elas estão vivas!
Elas não eram mais os monstros, não depois do que eu vi e ouvi dela agora, nós éramos!
Passo a mão sobre o rosto de forma frustrada, puxando a respiração com tanta força que achei que fosse explodir um dos meus pulmões, Niko somente contemplava meu momento aparentemente tentando entender o que exatamente estava acontecendo comigo, porque estava agitado, furioso, fecho meus olhos por um instante e quando os abro novamente digo firme como o General que eu sou.

— Quero uma investigação minuciosa sobre todas as prisioneiras dentro das instalações, as filmagens dos corredores de suas celas nos últimos 3 meses e uma avaliação detalhada de suas condições físicas!

Niko franze o rosto, mas antes que ele faça qualquer pergunta eu finalizo.

— Dispensado 1° Comandante Wong!

Meu irmão finalmente assume uma postura de soldado, bate continência e sai andando, ele melhor do que ninguém me conhecia ao ponto de saber que não estou com interesse de conversar, que eu estava com raiva e precisava extravasar essa raiva da única maneira que eu consigo, matando!
Sigo a passos firmes para a sala de treinamento avançado, eu preciso entrar na câmara de realidade aumentada, mas, eu não queria matar coisinhas que agora para mim pareciam indefesas, como aquela híbrida, não, eu queria matar homens, soldados, eu queria arrancar suas cabeças com minhas próprias mãos, queria arrancar o coração ainda batendo de seus peitorais, queria… Eram pensamentos hediondos, insanos, mas, era o que eu queria!
Entro na câmara depois de ativá-la, colo as pulseira e os óculos, e lá estava eu, em campo, cercado de caçadores da Ordem, eu projeto a minha katana, e começo a matar um por um sentido uma satisfação e um alívio se esvaindo lentamente pelos meus poros me levando a passos lentos para uma calmaria bem-vinda!

【...】

Horas se passam até que eu finalmente conseguisse raciocinar sem toda aquela raiva envolvida, saio da câmara completamente suado, dando de cara com Niko que me analisa da cabeça aos pés, ele me entrega uma garrafa com água e uma toalha e então diz.

— Calmo?

Acenei levemente fazendo um suspiro cansado escapar dele, digo assim que termino de beber um longo gole.

— O que descobriu?

Niko engole de forma dificultosa, eu vejo pela primeira vez desde que nos conhecemos ele ficar desorientado e também receoso, ele estava confuso, me dando uma certeza estridente das próximas informações que serão dadas a mim!
Um suspiro longo seguido de uma exitação, mas então ele diz.

— O que eu acredito que você já saiba!

 Fecho os olhos, puxando a respiração lentamente enquanto questiono.

— Quantas? Quantas foram?

Novamente Niko pareceu travar, ele suspira alto e diz parecendo levemente irritado.

— Das 45 prisioneiras fêmeas… 44…

Eu simplesmente sinto cada pedaço do meu cérebro compartimentar enquanto murmuro.

— 44 mas… Tem… Tem crianças… 

Eu nem conseguia articular as palavras, eram horripilantes demais, monstruosas demais, até mesmo Nikolay parecia incomodado com o que havia descoberto. Ele engole em seco e diz.

— Isso… Aconteceu com 6 machos também, e 1 deles tem apenas 12 anos!

O nó no meu estômago apertou, minha garganta parecia ter um forcado pressionando a pele, meus pulmões ardem com tanta força que era doloroso respirar, dou um soco na parede ao meu lado abrindo um buraco onde antes era uma lisa parede de concreto e pedra. Ele diz.

— O que vai fazer?

Encaro os olhos dele friamente e digo.

— Você identificou todos?

Ele acena afirmação, então eu continuo.

— Reúna todos os caçadores no pavilhão principal, vamos criar alguns exemplos a serem seguidos!

Lua & CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora