CAPÍTULO 47

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°▪︎ Alexander Malcolm ▪︎°
 
Meu pai sempre foi um filho da puta muito esperto, mas essa jogada foi genial!
Ele conteve a união entre os Noturnos de Krignadum com os Aldrendor, com um único movimento. Niko me tira dos meus pensamentos falando.

— Pergunta, porque vocês obedeceram ao acordo? Porque assim, nada impediria você de ligar o foda-se, depois que tinha o suposto corpo da Ártemis!

O pai da Arte encarou os olhos do meu amigo dando um leve sorriso condescendente, ele suspirou baixo e então disse.

— O que vocês sabem sobre o povo Genebriano?

Essa palavra, encarei a Ártemis que baixa o olhar com tristeza, eu me lembro da memória dela no laboratório onde o Dr. Sommers diz que ela era a mais próxima da linhagem ou algo do tipo, Genebriana pura, eu nunca nem havia ouvido falar sobre eles, na verdade eu nem sabia ao certo o que exatamente significava!
O pai da minha fêmea começa a falar, porém novamente uma memória dela me e dada.

“Olhava com atenção para a minha mãe que me contava uma história, a minha favorita, a história do nosso povo!

— Minha mãe me contou essa história quando eu era uma filhote assim como você, meu girassol!

Ela aperta levemente a ponta do meu nariz, me fazendo rir, mamãe me aninha ainda mais em seus braços enquanto continua a trançar uma trança em meus cabelos. Mamãe diz.

— A muitas e muitas luas atrás, existia um povo, um povo com humanos muito especiais, eles foram abençoados pela mãe terra, ou pelo universo, isso fica a sua imaginação, meu girassol!

Encaro os olhos dela por cima dos ombros que sorri, viro-me novamente para frente olhando para o lindo jardim cheio de girassóis, enquanto ela continua.

— Eles eram um povo pacífico, acredito que isso se deve a sua ligação com a energia de tudo à nossa volta, você sabia meu girassol que tudo ao seu redor produz energia?

Nego com a cabeça mesmo já conhecendo a história, ela sempre acrescenta novas informações todas as vezes que me conta, essa era uma nova informação, então questiono como sempre com curiosidade.

— Que tipo de energia, mamãe? E para que ela serve?

Mamãe ri discretamente, sinto os braços dela me envolvendo com força enquanto ela diz.

— Tudo à nossa volta tem energia meu girassol, tudo ao nosso redor tem vida, e era essa energia vital que os Genebrianos aprenderam a controlar, eles tinham uma conexão única com ela, por isso eram pessoas especiais. Por exemplo, se eu plantasse uma flor em um local deserto, árido, seco, acha que a semente fecundaria?

Nego com a cabeça freneticamente, mamãe já me disse que plantas só crescem se o solo for bom, se tiver tudo o que elas precisam, é como o nosso corpo, precisamos de comida e água para continuar vivos, a planta também precisa se alimentar e o solo é o que oferece seu alimento!
Mamãe então continua sua explicação.

— Correto! No entanto, as Genebrianas tinha um dom de que tudo o que elas tocavam se tornava fértil, adquirido vida, então se uma Genebriana, plantasse em um lugar como esse, a flor cresceria, mais forte e mais linda que nunca, e ainda espalharia sua vida ao redor fazendo mais e mais vida crescer!

Ela puxa a respiração lentamente e logo continua a falar.

— Já os homens Genebrianos, possuíam uma força, agilidade e instintos fora do comum em um humano normal!

Mamãe se cala por um longo segundo, me fazendo levantar a cabeça para encará-la, ela tinha um olhar triste e distante, no entanto depois de um suspiro ela volta a falar.

— Mas, os humanos que não eram abençoados, os que não eram ligados à energia vital como os Genebrianos, começaram a querer aquilo para si, o poder. E começaram a roubar mulheres e crianças de suas casas e famílias, para estudar sua genética, para tentar roubar para si algo que não poderiam ter. Mataram homens, mulheres e crianças em nome desse desejo, e os Genebrianos que eram um povo pacífico, se viram em meio à carnificina, não aguentaram, eles decidiram lutar para proteger os seus. E durante um dia que virou noite, um grupo de mulheres e homens iniciou um canalizar, eles puxaram para si energia, mas do que seus corpos deveriam ter, e o que um dia foi benção se tornou maldição!

A voz da mamãe falha, me virei totalmente para ela, e mamãe estava chorando, era um lamento, ela ficava triste todas as vezes que me contava essa história, entrelacei meus pequenos braços envolta dela enquanto disse.

— Eu te amo, mamãe. Não fique triste!

Mamãe funga e ri baixo enquanto diz.

— Você é meu girassol, e é tão especial ou até mais que os Genebrianos! Você é uma pequena luz que vai guiar a escuridão ao equilíbrio!”

A memória da Arte acaba e minha fêmea estava com lágrimas nos olhos, eu a puxo para mim, ouvindo o pai dela dizer no final de contar basicamente a mesma história que a mãe da Arte disse.

— Somos herança dos Genebrianos que sucumbiram à maldição! Bem, sua avó e bem mais que ligada, ela era uma Genebriana que participou do ritual, ela era uma das últimas anciãs naquela época, e como seres ligados à magia, sua avó realizou um rito através de pacto de sangue, assim nem eu, nem a rainha ou rei de Krignadum, assim como Alexey e Samael não poderíamos quebrar o tratado, talvez nossos descendentes sim, mas nós não, ou todos ligados a nossa linhagem ou ao nossos povos, como era o meu caso seriam levados a morte!

Lua & CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora