▪︎ Capítulo 2 ▪︎

117 11 2
                                    

°▪︎ Ártemis Turtschaninoff ▪︎°

Aqui eu nunca sei a hora, não sei se é dia ou noite ou há quantos anos eu estou aqui presa, e eu sei que se passaram muitos anos, porque quando eu cheguei aqui era só uma criaturinha bem menor, ainda não tinha o corpo de mulher que hoje tenho!
Estava encolhida no que eles chamam de cama, quando ouço um barulho da grande porta de ferro se abrindo, puxo a respiração com força, lentamente, mantendo meus olhos fechados, fingindo estar dormindo enquanto ouço a conversa.

" - A gente não deveria estar aqui! Ela é o espécime mais importante e bem protegido desse lugar. Não acho que os doutorzinhos vão gostar de ter a aberração de estimação deles avariada!"

Franzi o rosto não entendo do que eles estão falando, porém a compreensão logo me atinge quando o outro diz.

" - Relaxa Suárez, eu desliguei as câmeras, ninguém vai perceber que saímos do quadrante D, só precisamos ser rápidos!"

Ouço um barulho como se eles estivessem desafivelando o cinto enquanto diz.

" - E não é como se nós ou qualquer outro dos soldados já não tivesse feito isso antes, nunca fomos pegos e não vai ser agora que vamos ser!"

Sinto um arrepio percorrer a meu corpo inteiro e quando sinto uma mão tocar minha pele, eu simplesmente dou um salto da cama, olhos se estreitam na minha direção e um sorriso cheio de malícia faz meu coração retumbar na caixa torácica, o loiro mais alto diz.

- Que coisinha mais arrisca, eu gosto de foder uma criaturinha arriscar!

Minha respiração prende dentro do corpo ao ponto de doer, eles começam a me circular, ou pelo menos tentam, mas eu não tinha nada que pudesse me ajudar a me defender deles, dois homens com o dobro do meu tamanho, da minha força, pois com essa porcaria presa no meu pescoço, eu sou uma humana, frágil, fraca e vulnerável!
O loiro volta a falar para o moreno sem tirar os olhos predadores do meu.

- Suárez, você a segura enquanto eu abro caminho na boceta intocada dessa coisinha arrisca!

Um braço forte envolve meu corpo rasgando a parte superior daquele uniforme branco desse lugar, expondo meus seios, logo aqueles mesmo braços me seguram e prendem meus próprios braços ao corpo, fazendo minha respiração se torna rarefeita, meu coração já não era mais meu, ele tinha um batimento próprio, e não era em um ritmo tolerável para o corpo frágil que eu tinha, que essa maldita coleira me fazia ter, o medo aterrorizante, eu me debato furiosamente com todas as minhas forças, mas um soco atingiu meu rosto seguido de um rosnado.

- Fica quieta maldita besta selvagem!

O gosto ferrugem na boca não foi suficiente para fazer meu corpo parar, eu não deixaria que fizessem o que queriam sem lutar, sem usar todas as forças do meu ser para impedi-los, e logo sinto uma onda ferver pelas minhas veias, ossos, pele, sinto o calor me consumindo e sugando cada partícula de mim me queimando como uma febre e de repente um grito rompe meus tímpanos vindo de trás de mim, enquanto meu corpo vai ao chão, encaro os olhos arregalados a minha frente enquanto abraço meu próprio corpo tentando cobrir minha parcial nudez, meu quarto é invadido por mais homens, soldados desses inferno com mais olhos arregalados, e sem demora a minha maldita coleira no meu pescoço e ativada, me fazendo sentir uma onda de choque percorrendo meu corpo me causando uma dor absurda como se todos os ossos do meu corpo estivesse se quebrando ao mesmo tempo repetidas e repetidas vezes de uma forma muito mais lenta que quando nos transformamos em lobos!
Era infernalmente excruciante ao ponto de me levar para a profunda escuridão por trás dos meus olhos!

Lua & CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora