▪︎ Capítulo 3 ▪︎

97 13 0
                                    

°▪︎ Alexander Malcolm ▪︎°

Encarava os olhos puxados a minha frente, com os meus próprios cerrados, quase se igualando aos olhos dele, meu melhor amigo, enquanto um sorriso torto cruza suavemente meus lábios e eu digo.

— Vamos ficar a noite inteira dançando, irmão, anda me mostre logo do que é capaz!

Niko ri discretamente ainda me circulando eum busca de uma brecha da qual ele sabe que não existe, mas antes que ele me ataque uma sirene de alerta ressoa por todo o complexo, fazendo tanto eu quanto meu 1° Comandante franzimos o rosto. Nossas instalações não podem ter sido invadidas, estamos muito bem protegidos a uma profundidade de 500 metros do solo, depois das câmaras de abertura, então o que quer que tenha acontecido foi com um dos nossos prisioneiros!
Visto a parte de cima do meu uniforme assim como meu companheiro de treino e logo estamos seguindo em direção às celas, assim que chegamos até lá os soldados ainda estavam chegando, mas já havia uma porta aberta e dentro dela alguns soldados com expressões horrorizadas, Niko e eu passamos por eles que nem se dão ao trabalho de baterem continência com nossa presença, mas isso não era de fato algo realmente importante ou relevante pois assim que entro vejo o motivo do espanto, um corpo totalmente carbonizado ao lado de uma garota desacordada, a parte de cima de seu vestuário estava rasgada deixando expostos seus seios mesmo com os braços em volta dos mesmo de forma um tanto protetora, desvio o meu olhar para seu rosto, delicado, fino, parecia ter sido desenhado com uma riqueza ezimea de detalhes, mas havia um leve corte entre os lábios e uma das maçãs um leve inchaço, os longos cabelos iniciavam em um tom ruivo que morriam a altura de suas orelhas logo se tornando tão brancos quanto a neve mais clara do inverno.
Era uma visão estranhamente perturbadora!
Que parecia ter ativado meus instintos mais básicos, proteção, cuidado e fúria!
Olho na outra extremidade da cela e vejo outro soldado, estático, com os olhos arregalados e grudados sobre o corpo carbonizado, então tive a compreensão da situação fazendo meu sangue ferver com ainda mais raiva do que eu já estava! Digo aos soldados ali presentes.

— TIREM ESSES DOIS VERMES DAQUI AGORA MESMO!

Finalmente todos aqueles homens ao meu redor pareceram assimilar minha presença ali então agiram com uma velocidade excepcional, retirando o corpo carbonizado e o soldado imbecil, assim que todos exceto Niko saem eu vou na direção da garota, mas antes de tocá-la Niko segura meu ombro e diz em seu típico tom calmo, porém muito sério.

— É melhor não tocar nessa… Raposa, Xander!

Ele aponta para a coleira que deveria ter contido o poder dela, olho na direção da mesma enquanto ele prossegue. 

— Essa coisa deve estar quebrada!

Torci os lábios levemente, olhei para o pescoço dela vendo as marcas sob a pele, constando enquanto digo.

— A coleira não está quebrada e ela não é uma raposa…

Niko me interrompe com sarcasmo.

— Irmão, ela incinerou um soldado, e até onde eu sei lobos não tem tal poder!

Dou um sorriso lateral encarando Niko enquanto respondo.

— Ela é a prisioneira de teste 009!

Vejo a cor fugir do rosto dele enquanto diz.

— A híbrida?

Acenei discretamente voltando a olhar para a garotinha, ela tinha uma estrutura corporal pequena, mas isso era uma grande enganação, pois sem essa coleira que supostamente deveria conter o poder dentro dela, ela era uma ameaça muito perigosa. Puxo a respiração lentamente e digo sem olhar para Niko.

— Vá até o laboratório e traga o Capitão Sommers, diga a ele que o poder da 009 de algum jeito trapassou a contenção da coleira!

Olho na direção do meu melhor amigo que acena discretamente ainda mantendo um olhar vítreo na direção da híbrida, Niko sai, eu me volto novamente para ela, pego o lençol jogado no chão e cubro sua nudez, pego seu corpo, mesmo ouvindo a voz de Niko na minha cabeça em alto e bom som de que eu não deveria tocá-la até que o capitão Sommers chegasse aqui e dissesse ser seguro, mas, não me contive, ela estava encolhida no chão, parecendo totalmente indefesa, um pequeno animal encurralado e ferido, coloco-a sobre a cama e então ela resmunga.

" — Por… Por favor… Por favor… Para… Por favor…"

O corpo se encolhe ainda mais e quando tento tocar sua pele uma onda de calor atinge minha pele fazendo me afastar, vejo um leve alaranjado cobrir seu pequeno corpo, mas era mínimo, fraco, no máximo causaria queimaduras de 1° grau, mas, tudo isso era surpreendente, ela não deveria conseguir tal feito, não com a coleira ainda parecendo ativa em seu pescoço. Puxo a respiração de forma lenta, ela sofreu uma tentativa de estupro e isso me causava revolta e repulsa, o fato dela não ser humana, não significa que podemos fazer atos tão monstruosos, pois se somos tão irracionais quanto as coisas que caçamos, o que nos torna diferente deles?

Lua & CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora