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Ela passa a mão pelas teclas de marfim enquanto me sento no banco.

- Você sabia que estaríamos chegando a uma sala de fuga?

- Não. -A resposta de Jennie é curta enquanto ela espia embaixo do piano.

- Eu também não. É muito mais assustador do que pensei que seria. -As velas piscam de vez em quando, mergulhando-nos na penumbra. - Se eu soubesse que demoraria uma hora, teria contrabandeado os macarons que June fez antes. Você sabe confeitar? Eu tentei, mas sou melhor em experimentar o sabor muito melhor do quê...

- Fique de pé. -Eu franzo a testa com sua interrupção.

- O quê?

- Fique de pé. -Relutantemente saio do banco do piano.

Jennie abre a almofada para revelar uma única partitura.

- Ha! -Ela coloca o papel na prateleira do piano e se senta. - Vamos ver se me lembro de como fazer isso... -Observo enquanto os dedos de Jennie tocarem delicadamente as teclas. Ela toca a música e enche a sala com uma melodia baixa e melancólica.

- Eu não sabia que você tocava piano. Honestamente... estou surpresa.

- Não fique. Eu não toco. -Com certeza, ela vacila nas notas. - Charlie tentou me ensinar, mas claramente não está funcionando. -Ela acena para Charlie.

- Ah, isso é um piano? -Charlie pergunta.

- Claramente. -Charlie se senta e toca a música com habilidade, sem hesitar nenhuma vez.

Uma pequena trava se abre na lateral do piano.

- Olhem! -Eu chego e procuro uma pena. - Hm... O que devemos fazer com isso? -Passo a ponta da pena na bochecha de Jennie por diversão. Jennie a empurra e espirra.

- Cuidado onde você coloca essa coisa! -Estou prestes a responder, mas então suas palavras são absorvidas.

Olho para a parte inferior da pena e encontro uma ponta preta.

- É uma pena! Existe um tinteiro aqui? -Charlie aponta para a beirada da mesa e eu coloco a pena no pote. Isso faz com que um mecanismo clique dentro da mesa.

- Isso destrancou a gaveta que eu não conseguia abrir! -Charlie chega lá dentro e pega um livro... mas quando ele abre, não há nada escrito dentro.

Pelo menos é o que parece.

Mas quando olho mais de perto, noto os relevos reveladores do braille.

- June! Você pode ler para nós? -Entrego o livro para ela. Ela passa as pontas dos dedos pelas páginas.

- É um enigma. "Minha guarda está levantada. Nem vento, nem chuva, nem neve passarão."

- Parece outra pessoa que conheço... -Eu olho para Jennie e ela revira os olhos.

- "Só o calor do sol pode superar." "Pois eu sou feito de..." -Todos ficamos quietos para pensar. - Vidro? Uma janela deixa entrar a luz do sol, mas não a chuva ou o vento.

- June, você é um gênio! E olhe. -Charlie aponta para o outro lado da sala. - Uma janela. -Nós quatro corremos até lá e Jennie bate no vidro.

- É falsa. -Charlie apoia as mãos na trava.

- Talvez, mas ainda vale a pena conferir. -Quando Charlie abre a janela, uma enorme rajada de ar sai de pequenos buracos na parede.

Ele passa por nós e apaga todas as velas da sala. Apenas algumas velas do lustre permanecem acesas.

- Alguma vela ainda está acesa? -June processa a mudança na luz.

- Sim. Restam nove.

- Mas elas estão em grupos. -Jennie observa. - O primeiro possui duas velas, o segundo possui quatro e o último possui três. Dois, quatro, três.

- Isso tem que significar alguma coisa... -June faz uma pausa para pensar. - Esse deve ser o código para entrar no cofre! -June volta para a estante e insere os números.

Um bipe feliz preenche a sala antes que a porta do cofre seja destrancada e June chegue.

- É uma chave.

- Isso deve destrancar a grande porta! -June entrega a chave enorme para Charlie, e ela a enfia na fechadura.

Com dobradiças rangendo, a porta se abre. As velas ganham vida, revelando uma sala totalmente nova.

- June, foi isso! -Ela a guia pela mesa e para a próxima parte do desafio. - Vamos, vamos...

BANG!

A porta se fecha, separando Jennie e eu de Charlie e June.

Hating Mrs. Right (Jenlisa) (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora