CAPÍTULO 21

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MARIANA

Estava no hospital, era uma sexta-feira movimentada como todas as outras.
Sentei na minha sala um instante para resolver o assunto de uma paciente que tinha alguns dias de internamento, quando a Tereza entrou na sala.

– Mari, olha isso aqui! – Tereza fala me dando o celular.

– Jogador Jonathan Calleri é visto deixando uma criança na porta de uma escola. Será que nosso atacante é pai e a gente não sabia? – eu leio uma publicação no Instagram.

– Já imaginava que isso fosse acontecer. – falo com tranquilidade.

– E você reage assim, naturalmente? – Tereza me pergunta.

– E você quer que eu faça o quê? – pergunto.

– Achei que você ia surtar. A Mariana que eu conheço surtaria. – ela diz abismada com a minha reação.

– Não foi você que disse que era pra eu deixar meu filho aproveitar? Então... – falo e vou me levantando.

– E o Calleri? Será que vai gostar? – Tereza pergunta.

– Eu falei pra ele que isso podia acontecer, ele disse que tudo bem. Então eu não vou me preocupar. – falo tranquilamente.

Tereza anda bem atrás de mim sem entender a minha reação.

– Eu estou chocada com você. – Tereza diz.

– Não fique. Está tudo certo. – falo.

Eu saí da sala para entregar uns documentos em outro setor e a Tereza ficou parada na porta. Parece que ela não estava colocando muita fé no que eu disse.

Sabia que isso ia acontecer. Pelo menos, só estão questionando se ele é pai, ninguém falou nada de mim.

Mas mesmo estando tranquila eu preciso conversar com ele. Com certeza ele já deve ter visto. Na hora do almoço ia mandar uma mensagem para ele perguntando se a gente podia conversar.

Parei de pensar no assunto assim que cheguei na sala onde precisava deixar os documentos.

– Bom dia, Carlos. Resolve para mim essa situação. – falo entregando a documentação para o responsável.

Saio da sala e sou chamada para outra, tem dias que a gente não para um segundo. Mas isso às vezes é bom, porque ocupa a mente e a gente não pensa besteira.

Finalmente chegou a hora de almoçar. Esperei Tereza aparecer para irmos juntas, mas como ela demorou, fui andando na frente.

Coloquei meu almoço, mas antes de começar a comer mandei uma mensagem para o jogador.

“Oi, Calleri. Tudo bem? Acho que você deve ter visto que estão circulando algumas fotos suas com o Pietro na escola. Estão questionando se você é pai dele. Se você puder, claro, queria conversar com você pessoalmente.” – mando na mensagem.

Deixo o celular de lado e vou almoçar. Tereza chega e senta ao meu lado.

– Hoje isso aqui está um caos. – ela comenta.

– Nenhuma novidade. – digo rindo.

– Graças a Deus que é sexta. – ela diz.

– Nossa! Graças a Deus mesmo. – respondo.

– Vai fazer o que no final de semana? Vai ao Morumbi? – ela me pergunta.

– Amanhã acho que vou fazer faxina. Luiza vai viajar com uma amiga hoje a noite. Vamos ficar só eu e Pietro. – falo.

– Eu quero fazer vários nadas. – ela diz.

– Não está errada. – digo rindo.

– E o Morumbi? Você desconversou. – ela pergunta voltando ao assunto.

UM CERTO ALGUÉM - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora