CAPÍTULO 91

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MARIANA

Acordei pensativa com o que o meu filho falou ontem à noite.

Ele sente falta do pai, apesar do Jonathan ser bem presente. Quer que a gente more juntos para aproveitar cada momento ao lado do jogador.

Acho que eu vou ter que conversar novamente com meu namorado sobre isso.

Levantei para tomar banho, me arrumar e depois fui preparar o café da manhã do meu pequeno são paulino.

Hoje nós vamos ao Morumbi ver o papai jogar. O jogo vale a classificação para a próxima fase da Sul-Americana.

Mas antes eu tenho um longo dia de trabalho, e Pietro vai pra escola.

Acordei Pietro, e como de costume, ele não queria acordar.

– Mamãe, deixa eu faltar hoje. – ele me pede.

– Amanhã você não tem aula, então hoje você tem que ir. – eu digo e ele já muda o semblante.

– Vou ver meu papai hoje, né?! – pergunta enquanto eu tiro o pijama dele.

– Vai, amor. De noite você vai vê-lo. – eu digo e ele se anima.

– Tá bom. – ele responde.

Nunca vi uma pessoa mudar de ideia tão rapidamente, basta falar uma palavra com três letrinhas: pai.

Dei banho nele, vesti o uniforme da escola e organizei a mochila.

Hoje é mais um dia de comemoração do dia dos pais. Sei que na volta ele vem com alguma coisa para entregar ao pai. E com certeza vai querer levar para o estádio, para entregar lá.
E aí, o pai babão não se aguenta.

– Amor, come tudo. – falo pra ele.

Enquanto ele come, eu termino de me arrumar e aproveito para mandar uma mensagem para o Jonathan.

“Bom dia, meu amor. Ótimo jogo, estaremos na torcida por você.” - mando.

Pietro tomava café e cantava distraído a música do pai, só que a versão dele:

“Oh, oh, oh, toca no papai que é gol.”

Gravei sem ele perceber e mandei para o papai.

O Jonathan respondeu rapidamente às mensagens.
Mandou um áudio com aquele sotaque lindo que ele tem.

“Amo mucho vocês. Vamos comemorar a vitória bem juntinhos.” – resposta do meu jogador.

– Mamãe, terminei. – meu filho chama.

– Escovar os dentes agora. – eu falo e ele vai para o banheiro.

O ajudo a escovar os dentes, depois passo perfume, a gente pega a mochila e desce.

Entramos no carro e fomos para a escola.

[...]

– Amor, comporte-se direitinho. – eu falo para ele.

– Pode deixar, mamãe. – ele responde e eu lhe dou um beijo.

Segui para o hospital para mais um dia de rotina. Só não sabia o que me aguardava.

Ao estacionar, percebi que não tinham tantos carros no estacionamento.

Entrei na minha sala e Tereza estava sentada na mesa dela folheando uma revista.

– Bom dia, Tereza! – eu falo vendo ela bem tranquila.

– Bom dia, Sra. Calleri. – ela diz me zoando.

– Que tranquilidade é essa? Nunca vi esse hospital desde jeito. – eu pergunto.

– Eu também não. As mulheres resolveram não parir hoje e as crianças resolveram não adoecer. – ela diz e eu rio.

UM CERTO ALGUÉM - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora