CAPÍTULO 77 - parte II

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Espero que esse capítulo tenha muitos votos e comentários 🙏 (Caso tenha, vai ter um capítulo bônus)

...

MARIANA

Jonathan quebrou o silêncio e interrompeu minha conversa com Deus ao me fazer uma pergunta.

– Cadê a certidão do Pietro? – me perguntou.

– A minha está aqui, mas ela não vai mais servir de nada porque ele está registrado só com meu nome. – digo e ouvir da minha própria boca isso, dói muito.

– Deixa eu ver, por favor. – ele pediu e eu não entendi o motivo, mas mesmo assim levantei e fui buscar.

Talvez ele queira entrar com alguma ação na justiça, alegando que aquele infeliz sabia da existência do menino e mesmo assim não quis assumi-lo, e com isso, não tem direito de ter o nome constando na certidão, nem tampouco ser pai do meu filho.

Há de ter algo a se fazer para evitar o pior.

Abri a gaveta onde guardo todos os documentos, peguei a pasta com os docs do Pietro, retirei a certidão e entreguei ao argentino.

– Ler para mim, mi amor, minha leitura de português não é tão boa. – ele pede, me devolvendo o papel.

– Ler a certidão? – pergunto.

– Sim. – ele confirma.

– OK! – falo e começo a ler.

Eu estava tão triste, tão sem reação, que comecei a ler no modo automático.

– Aqui a gente tem o nome da criança, o nome dele, do jeito que eu registrei. Pietro Lins de Albuquerque Calleri... Calleri. – repeti o sobrenome do Jonathan inconscientemente, ou pelo menos eu achei que era inconscientemente.

– Filiação: Mariana Lins de Albuquerque e Jonathan Calleri. Jonathan Calleri... – repito a última parte e meus olhos se enchem de lágrimas. Olhei para o Jonathan que estava com aquele sorriso lindo dele.

– Avós: Mário Lima de Albuquerque e Cláudia Lins de Albuquerque. Guillermo Calleri e Bettina Fabri. – continuo lendo e as lágrimas vão vindo.

E, mais uma vez, o que Deus tinha para mim, era maior do que aquilo que eu estava pedindo.

– Eu te disse que ninguém ia tirar nosso filho da gente. Agora, Pietro é meu filho também na certidão de nascimento. – ele fala segurando meu rosto com carinho.

– Jonathan, vou lhe matar. – digo abraçando-o.

Ficamos abraçados um bom tempo, eu ouvia as batidas do coração dele e sentia as mãos dele acariciando minhas costas, tentando aliviar a tensão que eu estava sentindo.

– Você está falando sério? – eu pergunto ainda sem acreditar.

– Claro, amor. O homem que registrou o Pietro no cartório sou eu. – ele diz e me dá um selinho demorado.

Foi inevitável não chorar, talvez essa seja a segunda maior emoção da minha vida, a primeira foi o nascimento do Pietro.

Mas também sinto como se eu tivesse acabado de dar a luz, mas agora sabendo que meu filho tem um pai, um pai presente e amoroso.

– Amor... E por que você não me contou antes? – pergunto em meio as lágrimas.

– Eu estava preparando uma surpresa, mas daí surgiu essa confusão toda, o crápula apareceu lá, a mulher foi falar com seus pais, você desmaiou e eu fiquei preocupado. – ele explica.

UM CERTO ALGUÉM - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora