CAPÍTULO 66

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MARIANA

Engasguei com a minha própria saliva ao ouvir a pergunta do meu namorado. Grávida???? De onde ele tirou essa ideia?

– Por que você acha que eu estou
grávida? – pergunto assustada.

– Porque você disse que estava desejando o sorvete. – ele responde.

– Aaahhh... – digo soltando a respiração.

– Está ou não? – ele volta a perguntar.

– Não, amor. Não estou! Foi só uma maneira de dizer. – respondo.

– Pensei que eu ia ser pai de novo. – ele responde.

– Você ficou preocupado com a possibilidade de eu estar grávida? – pergunto porque vejo em seu rosto um semblante de preocupação.

– Fiquei. – ele responde.

Talvez o Jonathan não esteja realmente preparado para ser pai, confesso que a resposta dele me deixou triste. Não que eu queira ter outro filho agora, não sei nem se eu quero outro filho, mas às vezes certas coisas ditas pelas pessoas que amamos, magoam a gente.

– Ahhh. Pois não se preocupe. Estou tomando anticoncepcional. – respondo desanimada.

– Fiquei preocupado porque eu não sei trocar fraldas ainda, dar banho em recém-nascido... São coisas que vou ter que aprender para quando nosso segundo filho nascer. – ele diz e eu rio.

Ah, argentino... Quase me mata do coração e me faz pensar besteiras.

– Jonathan... – o repreendo dando um tapinha em seu peito.

– Quero muito ter outro filho com você, dar um irmãozinho para nosso Pietro. – ele diz e os olhos chegam a brilhar.

– Amor, a gente já tem muito trabalho com aquele mocinho. – digo apontando para o quarto onde Pietro dorme.

– Eu sei, mas você está fazendo um excelente trabalho com nosso filho. – ele diz e eu sorrio para ele.

Saber que ele me considera boa mãe é muito importante, porque por muitas vezes eu me questionei.

– Nós estamos fazendo um bom trabalho. Quando eu lembro do que você disse... – antes de eu terminar de falar, ele me interrompe curioso.

– O que eu disse? – indaga.

– Que não estava preparado para ser pai, mas estava disposto a aprender, e quer saber, aprendeu direitinho. Pietro se sente tão seguro com você, e você consegue convencê-lo sem esforço, ele te escuta, não faz birra, é  impressionante. – vou falando.

– Os olhinhos dele brilham quando falam o nome do papai. Olha, Jonathan, quando eu pedi para você se afastar, eu tinha realmente muito medo de ver meu filho sofrer, e te disse que quando você tivesse seus filhos, você me entenderia... – falo e novamente sou interrompida.

– E hoje eu entendo sua atitude mais ainda, porque sinto a mesma coisa. Não quero nunca que nosso filho sofra, que todo sofrimento que um dia possa atingi-lo, venha para mim. Mas ele, enquanto eu puder, vou tentar ao máximo blindá-lo de qualquer coisa ruim. – ele responde e eu fico em silêncio me perguntando mentalmente se esse homem existe ou é delírio de uma mãe que sempre sonhou que o filho tivesse um pai, mas nem nos melhores sonhos era tão incrível assim.

– Mi amor?! Mariana?! – só percebo o Jonathan me chamando quando ele me dá um beijo no rosto.

_ Oi, amor. Desculpa. Eu estava agradecendo a Deus por você existir. – falo para ele.

UM CERTO ALGUÉM - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora