CAPÍTULO 95

446 51 53
                                    

MARIANA

Dia de jogo, na verdade, dia de decisão. Todo mundo está ansioso: Jonathan, Pietro, eu e o resto da torcida são paulina.

Precisamos ganhar por 2 gols de diferença para ir à final. Esse título é muito importante para o time, afinal é o único que ele não tem.

Quero tanto ver o meu namorado sendo campeão, erguendo taça, comemorando... Ele merece muito.

Apesar de ter ficado até tarde aqui e do Pietro tê-lo chamado para dormir, ele não dormiu com a gente. Achei melhor ele ficar tranquilo na casa dele, pois assim não precisava acordar cedo hoje.

Hoje Pietro vai pra escola, ele está melhorzinho, não deu febre e até está se alimentando bem para quem está com a garganta infeccionada.

Na hora do café eu vou conversar bem direitinho com ele, e usar o pai pra convencê-lo a não conversar na escola, pois isso pode afetar sua garganta. Sempre que ele se esforça muito falando, irrita a região e acaba prolongando a doença.

Antes dele acordar, ou melhor, antes de eu acordá-lo, tomei banho e me arrumei.

– Acorda, Callerinho. – apelei.

– Mamãe! – abre os olhinhos aos poucos até se acostumar com a claridade do quarto.

– Hora de acordar e se arrumar para ir pra escola. – digo já puxando o edredom dele.

– Estou com frio. – reclama e eu estranho.

Quando eu toquei sua testa, percebi que estava quente demais.

– Deixa eu colocar o termômetro em você. – levanto, pego o aparelho e coloco embaixo do braço dele.

Depois de um tempinho, o som avisa que a temperatura foi medida e ele está com febre.

Ai meu Deus. Pensei no que fazer e decidi cortar o mal pela raiz. Vou levá-lo ao médico de novo.

– Vamos tomar um banho, amor? – eu o chamo.

– Está frio, mamãe. – ele responde.

– Mamãe vai vestir a roupa então, prometo colocar uma bem quentinha. – digo.

Abri o armário na parte dele, peguei uma calça e uma camisa de mangas compridas.

Troquei a cueca dele, vesti a roupa e depois fomos escovar os dentes.

– Está com fome? – pergunto.

– Não. – responde.

– Come uma banana com granola e mel, igual ao papai. – apelo para o Jonathan mais uma vez.

– Tá bom. – ele cede.

Bendito seja esse argentino nas nossas vidas. Jonathan, te amo por isso e por todos os motivos mais que existirem.

Pietro aprendeu a gostar dessa comida com o pai, e eu achei ótimo.

Cortei a banana, coloquei a granola, o mel e dei pra ele.

Comeu pouco, como eu já esperava, mas pelo menos se alimentou, e é isso que importa.

Comi o que ele deixou no prato, depois escovei os dentes.

[...]

– Meu amor, está com sono? – pergunto ao meu filho depois de acomodá-lo na cadeirinha dentro do carro.

– Um pouco, mamá. – responde me chamando de "mamá", assim como o pai fala.

Aproveitei para mandar uma mensagem para Tereza avisando que ia faltar ao trabalho para levá-lo ao médico.

UM CERTO ALGUÉM - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora