CAPÍTULO 75

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MARIANA

Ontem, depois da reunião da escola, Jonathan nos deixou em casa e foi para a casa dele.

Finalmente é sexta, último dia de trabalho dessa semana tensa. Espero que o dia seja tranquilo e as notícias sejam boas.

Acordei cedo porque ultimamente tenho tido insônia. Fiz um bolo para o Pietro tomar café, depois tomei banho e aproveitei para lavar o banheiro.

Me arrumei, estava zero empolgada, há muito tempo eu não me sentia assim.

Chamei meu filho, dei banho nele, vesti o uniforme e depois nós fomos tomar café.

Ele estava cantarolando a música da torcida do São Paulo: "porque São Paulo é sentimento que jamais acabará".

Isso me deu muito orgulho do meu pequeno são paulino.

- Mamãe, posso levar um pedaço de bolo para o Lipe? - meu filho pergunta.

- Claro, meu amor. Vou colocar na sua lancheira um pedaço para você e outro para ele. - digo e ele sorri para mim.

Terminei o meu café, cortei os dois pedaços de bolo e coloquei na lancheira dele.

Depois, escovamos os dentes novamente e descemos.

[...]

Estacionei na vaga de sempre, que fica embaixo de uma árvore, assim o carro não fica um forno quando eu entrar no fim do dia.

Quando eu ia entrando no hospital, recebi uma ligação do meu pai, e aí meu coração gelou. As últimas ligações deles foram para contar coisas não tão boas, espero que dessa vez seja uma notícia boa.

- Oi, pai. - falo ao atender.

- Mari, como você está? - ele pergunta.

- Bem, na medida do possível. - respondo.

- Aconteceu alguma coisa? - pergunto ansiosa para saber porquê ele estava ligando.

- Você já está no trabalho? - ele pergunta.

- Sim, acabei de chegar, mas pode falar. - digo.

- Ele não está mais aqui, provavelmente deve ter ido para aí. - meu pai diz e eu sinto minhas pernas perderem as forças.

- Aqui? Meu Deus! - é tudo que consigo dizer.

- Não tenho certeza, mas toma cuidado, principalmente com o Pietro na escola. - ele pede.

- Vou ligar pra escola e reforçar que ele só pode sair comigo, com a Luiza ou o Jonathan. - digo.

Era pra essa sexta ser tranquila, mas pelo jeito... Minha razão diz que eu estou ficando louca, porque se ele estivesse realmente atrás de mim, tinha abordado meus pais, mas meu lado mãe diz que eu preciso ficar esperta, porque gente ruim é capaz de tudo.

E agora, eu dou ouvidos a minha razão, ou ao meu lado mãe?

Já que estava com o celular em mãos, liguei para a escola e avisei que Pietro só pode sair com um de nós três e que se por acaso alguma pessoa estranha estiver parado na porta da escola, é para a diretora me avisar. Ela ficou um pouco assustada, mas eu a tranquilizei.

Coloquei o celular de lado, respirei fundo e fui ver o que tinha para hoje. Tereza ainda não tinha aparecido, provavelmente deve estar resolvendo alguma coisa.

Tomara que hoje eu tenha que resolver tudo da minha sala, que eu não precise encontrar ninguém, conversar com ninguém, não estou nos meus melhores dias.

A manhã foi passando e Deus ouviu meus pedidos, tudo que eu tive que fazer, fiz da minha sala.

Toda hora eu checava o celular para ver se tinha alguma mensagem do meu pai, mas só tinha do Jonathan dizendo que ia treinar o dia todo.

UM CERTO ALGUÉM - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora