CAPÍTULO 43

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MARIANA

Saímos do restaurante para ir até a sorveteria que tínhamos ido da outra vez. Não preciso nem contar a felicidade do Pietro em, agora, ter uma família completa.

A verdade é que eu também estava bem feliz.

Jonathan colocou Pietro na cadeirinha.

– Tudo certo, meu amor? – Jonathan pergunta ao nosso filho.

– Sim. – ele responde.

Entramos no carro. Jonathan estava radiante de felicidade. Nem o trânsito caótico de São Paulo atrapalhou nosso momento.

Demoramos um pouquinho para chegar, mas a demora passou imperceptível porque todos dentro do carro tinham mais motivos para agradecer, do que reclamar.

Entramos na sorveteria, eu escolhi uma mesa mais reservada, para não chamar atenção.

– Amor, você não vai querer sorvete não? – Jonathan pergunta.

– Agora não. – respondo.

– Então nós vamos lá. – ele diz se levantando com o Pietro.

Os dois foram colocar o sorvete e eu fiquei esperando na mesa. Demoraram bastante, com certeza Jonathan estava dizendo “sim” para todas as vontades do Pietro.

Hoje estava liberado, é um momento único e especial na vida de nós três. Ganhamos outra família.

Nada paga a carinha do meu filho olhando para o Jonathan e rindo. E o argentino fazendo o mesmo.
Eu devia estar com cara de boba, observando a cena à minha frente.

Quando voltaram, eu vi o tamanho do sorvete que eles colocaram e só confirmei as minhas suspeitas.

– Que exagerados! – eu falo apontando para o sorvete.

– Só hoje, mamãe. – Pietro diz e Jonathan me olha com um sorrisinho.

Com certeza tinham combinado o que dizer quando eu reclamasse.

– Quer um pouquinho, mi amor? – o jogador me pergunta.

Acho lindo quando ele mistura os idiomas.

– Quero. – respondo.

– Dá um pouquinho a ela, hijo. – Jonathan diz e Pietro me dá sorvete na boca.

– Ela ficou com bigode. – Pietro fala rindo.

– Rindo da mamãe, filho. – eu falo fingindo indignação.

– Ficou muito engraçado, mamãe. – Pietro diz e eu rio.

Os dois tomaram o sorvete e eu fiquei observando mais essa cena.

– Terminamos. – Jonathan avisa, depois de algum tempo.

– Eu quero mais. – Pietro diz e eu espero para ver qual vai ser a atitude do jogador.

– Filho, já tomou bastante sorvete hoje. Vamos deixar para outro dia, tá?! – ele fala me surpreendendo.

– Tudo bem, Calleri. – Pietro responde me surpreendendo mais ainda.

Se fosse comigo ele ia fazer bico, fazer várias perguntas até me vencer pelo excesso de perguntas e eu ceder. Mas, com o Jonathan, ele foi muito compreensível.

Temos um puxa-saco oficial do Jonathan, que aceita tudo sem reclamar, sem questionar.

A gente carrega nove meses, sente dores, enjoos, fica sem dormir, para a criança preferir o pai.

– Querem ir para outro lugar? – Jonathan pergunta.

– Para casa. – digo, já cansada.

– Você vai ficar com a gente, Calleri? – Pietro pergunta e Jonathan olha para mim, esperando que eu diga sim ou não.

UM CERTO ALGUÉM - Jonathan CalleriOnde histórias criam vida. Descubra agora