MARIANA
Saímos do restaurante para ir até a sorveteria que tínhamos ido da outra vez. Não preciso nem contar a felicidade do Pietro em, agora, ter uma família completa.
A verdade é que eu também estava bem feliz.
Jonathan colocou Pietro na cadeirinha.
– Tudo certo, meu amor? – Jonathan pergunta ao nosso filho.
– Sim. – ele responde.
Entramos no carro. Jonathan estava radiante de felicidade. Nem o trânsito caótico de São Paulo atrapalhou nosso momento.
Demoramos um pouquinho para chegar, mas a demora passou imperceptível porque todos dentro do carro tinham mais motivos para agradecer, do que reclamar.
Entramos na sorveteria, eu escolhi uma mesa mais reservada, para não chamar atenção.
– Amor, você não vai querer sorvete não? – Jonathan pergunta.
– Agora não. – respondo.
– Então nós vamos lá. – ele diz se levantando com o Pietro.
Os dois foram colocar o sorvete e eu fiquei esperando na mesa. Demoraram bastante, com certeza Jonathan estava dizendo “sim” para todas as vontades do Pietro.
Hoje estava liberado, é um momento único e especial na vida de nós três. Ganhamos outra família.
Nada paga a carinha do meu filho olhando para o Jonathan e rindo. E o argentino fazendo o mesmo.
Eu devia estar com cara de boba, observando a cena à minha frente.Quando voltaram, eu vi o tamanho do sorvete que eles colocaram e só confirmei as minhas suspeitas.
– Que exagerados! – eu falo apontando para o sorvete.
– Só hoje, mamãe. – Pietro diz e Jonathan me olha com um sorrisinho.
Com certeza tinham combinado o que dizer quando eu reclamasse.
– Quer um pouquinho, mi amor? – o jogador me pergunta.
Acho lindo quando ele mistura os idiomas.
– Quero. – respondo.
– Dá um pouquinho a ela, hijo. – Jonathan diz e Pietro me dá sorvete na boca.
– Ela ficou com bigode. – Pietro fala rindo.
– Rindo da mamãe, filho. – eu falo fingindo indignação.
– Ficou muito engraçado, mamãe. – Pietro diz e eu rio.
Os dois tomaram o sorvete e eu fiquei observando mais essa cena.
– Terminamos. – Jonathan avisa, depois de algum tempo.
– Eu quero mais. – Pietro diz e eu espero para ver qual vai ser a atitude do jogador.
– Filho, já tomou bastante sorvete hoje. Vamos deixar para outro dia, tá?! – ele fala me surpreendendo.
– Tudo bem, Calleri. – Pietro responde me surpreendendo mais ainda.
Se fosse comigo ele ia fazer bico, fazer várias perguntas até me vencer pelo excesso de perguntas e eu ceder. Mas, com o Jonathan, ele foi muito compreensível.
Temos um puxa-saco oficial do Jonathan, que aceita tudo sem reclamar, sem questionar.
A gente carrega nove meses, sente dores, enjoos, fica sem dormir, para a criança preferir o pai.
– Querem ir para outro lugar? – Jonathan pergunta.
– Para casa. – digo, já cansada.
– Você vai ficar com a gente, Calleri? – Pietro pergunta e Jonathan olha para mim, esperando que eu diga sim ou não.
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UM CERTO ALGUÉM - Jonathan Calleri
FanficQuando um certo alguém desperta o sentimento, é melhor não resistir e se entregar.