CAPÍTULO 80

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CALLERI - 13 de julho de 2023

Dia de jogo de volta pelas quartas de final da Copa do Brasil. Ganhamos o primeiro jogo por um a zero, mas, vamos jogar como se o jogo tivesse zero a zero.

Antes de sair do apartamento da minha namorada, deixei o café da manhã pronto para eles.

Se não fosse dia de jogo, eu tinha ficado deitado com eles, mas o dever me chama.

Deixei uma mensagem no WhatsApp da Mariana avisando sobre o café e também que eu volto para dormir com eles assim que o jogo acabar.

Ao menos amanhã é dia de folga, vou poder acompanhá-la ao médico para ver o que o resultado dos exames vão dizer e acabar com esse tormento.

Vamos para o CT logo após o almoço e de lá, vamos para o estádio do time rival.

Como já tinha tomado café, resolvi tentar dormir mais um pouco, queria estar bem descansado para o jogo. Tentei de todas as formas, mas não consegui.

Meus pensamentos se voltavam para minha mulher, uma parte de mim diz que ela está grávida e a outra diz que não.

Tomara que seja gravidez e não algum problema de saúde.

Eu sei que ela não quer me preocupar, ainda mais hoje que é dia de decisão, mas é inevitável.

Como o sono não veio, eu liguei para conversar com minha mãe, assim o tempo passava e eu me distraia conversando com ela.

– Olá, mamá. – falo assim que ela atende.

– Olá, hijo. Como está? – ela me pergunta.

– Estou bem, e vocês como estão? – pergunto a ela.

– Estamos bem. Cadê meu neto? – ela pergunta.

– Está na escola. Eu dormi com eles e vim embora cedo porque hoje tem clássico. – eu falo.

– Eles estão bem? – minha mãe pergunta.

– Pietro sim, Mariana está doente. Foi parar no pronto-socorro, fez uns exames ontem, mas os resultados só saem amanhã. – respondo.

– O que ela tem? – minha mãe pergunta.

– Vomitou bastante, muito sonolenta, enjôo, tontura... – eu falo.

– Será que ela está grávida?! – minha mãe fala.

– Ela diz que não, porque está tomando remédio. Mas eu prefiro que seja outro filho do que algum problema de saúde.  – falo e minha mãe concorda.

– Quando os resultados saírem, por favor, me avise. – minha mãe pede.

– Aviso sim, pode deixar. – eu respondo.

Encerrei a ligação com a minha mãe e vi que tinham mensagens da Mariana.

"Obrigada pelo café da manhã, meu argentino. Te amamos! Bom jogo!" – dizia a mensagem dela.

Pensei em responder, mas achei melhor ligar. Alguns segundos depois ela me atendeu.

– Oi, meu amor. – ela diz.

– Está melhor? – pergunto.

– Sim, bem melhor. – ela diz.

– Cadê meu pequeno? – pergunto.

– Tomando café. Não vou levá-lo à escola hoje. – ela diz.

– Tudo bem. Qualquer coisa, me avise. – eu falo.

– Não se preocupe comigo, estou bem. – ela fala.

– Impossível não me preocupar com vocês. – digo e ouço ela rir.

UM CERTO ALGUÉM - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora