CAPÍTULO 53

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CALLERI

Ontem eu postei as fotos com o Pietro e todo mundo estava questionando como é que eu tinha um filho e só resolvi assumi-lo agora, e é aí que as pessoas nos julgam sem saber de nada.
Elas não me conhecem, mas se acham no direito de palpitar sobre minha vida.
Eu não ia explicar nada a ninguém, não ia expor toda a história.

Não tinha postado fotos com a Mariana, mas ia fazer isso antes de começar o treinamento. Saí mais cedo, passei numa floricultura, escolhi um buquê, escrevi um cartão e pedi para entregarem no hospital onde ela trabalha.

“Mariana, você me deu o presente mais lindo do mundo.
Te amo com mi alma.
Beijos!
Papai do Pietro"

Escrevi essa mensagem no cartão e me veio muita coisa na cabeça, mas elas não cabem nele.

Fui para o CT e antes de iniciar o treino, postei uma foto com a Mariana no Instagram.

“Ela é tudo, enfim, que eu preciso ter.
Te amo com mi alma, @marianalinss ❤️❤️❤️”

Foto postada, hora de começar o treino e pelo jeito ia ser bem puxado, pois perdemos o último jogo.
Guardei o celular no vestiário e me juntei a alguns companheiros que já estavam no campo, um deles era o Luciano.

– Jony, assumiu o garoto. Os torcedores estão enlouquecidos achando que você só assumiu o filho agora. – Luciano diz.

– Deixa eles pensarem o que quiserem. – eu falo irritado.

– Calma, cara. – o camisa 10 fala.

– Desculpa, não é com você. – falo percebendo que fui grosseiro.

– Relaxa.Vamos lá que o Ceni tá chamando. – ele diz.

Ainda bem que o professor chamou, só assim evitava os pensamentos da história dos comentários da publicação. Só quero saber o que eles vão comentar na foto com a Mariana.

Treinamos a manhã inteira e foi bem cansativo.

Meio-dia nós fomos almoçar, hoje eu não tinha como buscar meu pequeno na escola, íamos ter treino o dia inteiro.

Peguei meu celular e fui até o refeitório do São Paulo, coloquei meu prato, me sentei e enquanto comia, comecei a ver a repercussão das fotos.

MARIANA

Tinham 20 minutos que eu havia chegado ao hospital. Coloquei minha bolsa em cima da cadeira, peguei alguns papéis que estavam em cima da mesa, mas não tinha nada pendente para ser resolvido.

Uma das recepcionistas do hospital entrou na sala e disse que tinha uma encomenda para mim, é um buquê de flores, bem bonito.

Nunca recebi um buquê de flores na vida, mas sabia exatamente quem tinha mandado: Jonathan Calleri.
Junto com o buquê tinha um cartão que ele assinou como “Papai do Pietro”. Ah, argentino... Em plena segunda-feira, você não tinha esse direito.

Guardei o cartão na minha bolsa, mas antes de fazer isso, tirei uma foto junto com o buquê e mandei mensagem pra ele agradecendo.

“Obrigada por ter entrado em nossas vidas. Te amo até o infinito, papai do Pietro.”

Coloquei o buquê em um pote de plástico com água, era o que tinha disponível.

Voltei minha atenção para o trabalho, aproveitei para dar uma geral pela sala, depois passei na sala de espera dos partos para ver se elas estavam precisando de algo, e quase que unânime, todas disseram que precisavam de agilidade nos atendimentos.

UM CERTO ALGUÉM - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora