capítulo_ XXXVI

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" A vingança é como um veneno que pode nos envenenar e, em pouco tempo, transformar uma pessoa que era uma vítima em vilão. "


Jay Kown





Ao chegarmos no hospital, encontramos Namjoon à nossa espera. O seu olhar indicava que a situação era extremamente preocupante. Quando embarcamos no avião, tive a notícia de que Jeon havia sofrido um infarto e que seu coração parou por um minuto. Naquele instante, por um instante, sinto o mundo desabar. Não sei como explicar o motivo de tanto carinho que tenho pelo alfa, mas desde que fiquei sabendo da relação dos nossos pais e como ela terminou, tenho em mente que o Jeon é uma parte de mim e devo protegê-lo. Depois de acalmar meu ômega que estava muito abalado, parei para pensar que, talvez, o imprinting que tive não esteja ligado somente ao meu marido e isso me assusta de certa forma.

Jimin corre até o irmão, caindo em seus braços, chorando compulsivamente. Namjoon acaricia seus cabelos e sussurra em seu ouvido algo que eu não posso ouvir. Ao olhar para trás, vejo Jin e J-hope parados, olhando para a cena. Agradeço imensamente ao Jin, que consolou meu ômega durante a viagem, o que me ajudou a resolver diversas questões.

Sei que é perigoso ter Jin aqui, mas o ômega se recusou a deixar o meu marido. Deixe-o vir para o hospital.

Saio do meu pensamento quando J-Hope se aproxima.

— Jay — Ele me chama. — O que faremos?

— Procure por câmeras espalhadas, ao arredor do edifício. Tenho plena certeza de que as câmeras do prédio não capturaram ninguém, mas as do entorno sim. — Balança a cabeça, concordando e se afasta para cumprir a ordem, mas retorna logo depois que eu o chamo.

— J-Hope — Ele para. — Eu quero isso, para no máximo duas.

— Sim, meu senhor!

J-Hope foi embora, e eu suspiro fundo.

Meu ômega deveria estar em uma gravidez tranquila, mas estamos vivendo só momentos de estresse e raiva. Às vezes me sinto muito mal como alfa, estou demorando demais para agir. Jeon está lutando pela vida e Jimin está a um passo de perder sua alma gêmea.

Sou tocado no ombro e, quando me viro, Jin está atrás de mim, com um sorriso grande no rosto. Ele, de alguma forma, tem consciência do que estou pensando.

— Jay, não se martirize. Você é um alfa maravilhoso e está fazendo o melhor para protegê-los. — Uma lagrima solitária cai, Jin volta a falar. — Jimin teve muita sorte de encontrar um alfa como você.

— Obrigado, Jin! — Ele passa a mão nos cabelos como se eu fosse uma criança. O que me faz ter vontade de matá-lo.

Jimin se aproxima junto ao irmão, que trava quando encara o ômega ao meu lado. O seu olhar fica arregalado, o Jin engole em seco e fica corado. Abro um sorriso sabendo onde isso dará e, para ajudar ainda mais, resolvo apresentar os dois.

— Namjoon, esse é o Jin. E Jin, esse é Nam, o irmão mais velho do meu ômega. — Os dois não dizem nada além de se olharem. Jimin percebe a situação e, aparentemente, demonstra aprovação para uma futura relação.

Ouvimos uma tossida falsa e, ao examinarmos, percebemos o médico parado.

— Peço desculpas, vim informar que a cirurgia foi concluída e o paciente foi encaminhado para o quarto.

— Qual é o estado atual dele? — Pergunto.

— A sorte é que a bala não atingiu nenhuma das artérias e se concentrou em um local de fácil acesso. Seu estado é grave, mas não há perigo de morte. No entanto, devemos mantê-lo atento às primeiras vinte quatro horas, que são extremamente importantes. — Vejo o meu ômega suspirar choroso. Eu vou até ele e segurarei sua mão gelada.

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