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Olha, sinceramente, eu não sei porque insisto em tentar ter uma boa relação com o meu pai

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Olha, sinceramente, eu não sei porque insisto em tentar ter uma boa relação com o meu pai.

Ontem o Gerson me ligou, conversamos muito sobre tudo, falei sobre a minha relação com o nosso pai, sobre a minha infância, minha família e ele também me falou tudo sobre ele.

E aí ele pediu pra que eu viesse em um almoço com ele e com o nosso pai hoje, já que ele não teria coragem de vir sozinho.

E eu aceitei. Não queria deixar ele passar por isso desamparado. Até porque sei que meu pai não é nada fácil de lidar.

Nós noticiamos que o Gerson é filho dele e ele tá imóvel. Parado. Sem falar nada. E isso já deve ter uns 5 minutos.


–Pai?– Chamo a atenção dele, que suspira.


–Eu... Eu me lembro da sua mãe e... Sinto muito ter sido tão ausente. Espero que a gente possa construir uma boa relação.– Ele limpa a garganta e eu e Gerson trocamos olhares.


–Isso não é... não é simples assim. Você sabe, né?– Gerson limpa a garganta e se remexe na cadeira, bem desconfortável com a situação.


–Sei, claro. Mas quero que você saiba que estou disposto a isso. A te conhecer melhor... E assistir algum jogo seu, porque fiquei sabendo que você manda bem demais.– Ele diz e o Gerson força um sorrisinho.


Eu fiquei quieta o tempo todo, foi tenso. Os dois conversam bastante e eu fiquei no meu canto tentando não surtar.


–E você? Como está a faculdade?– Meu pai me olha.


–O assunto não sou eu hoje.– Falo.


–Meus filhos são o assunto hoje. Aproveita e fala um pouco da sua vida.– Ele fala.


–Não tenho nada pra te falar sobre a minha vida.– Digo simples.


–É sempre assim, né, Julia? Depois não reclama que eu não sou presente.– Ele bufa.


–Já tem tempo que eu não reclamo disso. E eu sei cuidar da minha vida, só isso.– Falo batendo a perna no chão.

–Agora que você tem uma irmã, aproveita que estão sempre perto e cuida dela. Se bobear, já já ela aparece grávida de algum amigo seu.– Ele fala olhando pro Gerson e seu celular toca, e é óbvio que ele só se levantou e foi atender.


–Olha... Foi mal por isso.– Passo as mãos pelo rosto.


–Ele vai embora mesmo? Ele fala uma merda dessas e levanta pra ir embora?– Gerson ainda parece chocado, sem reação.


𝐃𝐔𝐀𝐒 𝐌𝐄𝐓𝐀𝐃𝐄𝐒 - 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋.Onde histórias criam vida. Descubra agora