Gabriel Barbosa, o camisa 10 do Flamengo, acaba encontrando Júlia Santos, sua versão feminina. E pela primeira vez na vida, o atacante fica completamente maluco ao entrar no jogo da morena, que, ao contrário das outras, não caiu no papinho dele.
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As sonecas de avião são sempre as melhores. Eu durmo tão profundamente que acordo sem lembrar nem o meu nome.
Mas geralmente acordo na paz. Dessa vez acordei com o avião em completo caos e com o Gerson me balançando.
–Gabriel, acorda, mano.– Ele me balança.
–Qual foi, cara? Me deixa dormir.– Resmungo.
–Teu filho vai nascer. Não é hora de dormir.– Ele diz e eu arregalo os olhos.
–Tá brincando? Faz isso não, Gerson. Na moral.– Desperto na hora. Fico preocupado.
–A Priscila me ligou avisando que ela, Julia, Fabinho e Karol já estão no hospital. Foram pra lá 8 da manhã, mas a gente tava sem sinal.– Ele diz rápido ao tentar me avisar.
Eu pego o meu celular e vejo que já são 9 e meia da manhã. Abro a janela e percebo que acabamos de pousar. Mil ligações perdidas do Fábio, da minha mãe, do meu pai, da Priscila e da Karol.
Essa merda de voo tinha que atrasar logo hoje?
–Fudeu. Não vai dar pra chegar a tempo. São quarenta minutos daqui até o hospital. Porra, eu não vou ver meu filho nascer.– Me desespero.
–Vai sim. Se acalma. A gente vai direto daqui pro hospital. Deixamos vocês lá e aí vamos pro CT. Fica tranquilo. Vai dar tempo.– David Luiz tenta acalmar os ânimos.
Eu tô sem palavras. Tô imóvel. Não sei nem como reagir. Só consigo pensar na Julia. O medo dela era justamente esse. Não era pra acontecer assim.
–Ninguém deu notícias da Julia?– Pergunto.
–A Karol disse que ela tá bem, que tá com muita dor, mas que é normal. Disse que a médica falou que tá tudo certo.– Léo fala e eu suspiro. Passo as mãos pelo rosto.
–Rapaziada, pra quem ainda não ouviu, é o seguinte, o meu afilhado tá prestes a nascer. Sejam ágeis pra descer do avião e entrar no ônibus, já é? O pai da criança precisa chegar a tempo.– Gerson fala alto pra todos do avião escutarem. Todos começam a falar mais alto. Falam comigo, e eu não consigo reagir. Só penso no que tá acontecendo lá e que eu preciso chegar o mais rápido possível.
–QUE? VAI NASCER?– Matheus, que estava dormindo, acorda e se levanta rapidamente.– AI!– Ele bate com tudo a cabeça no teto do avião. Todos gargalham e eu solto uma risada por alguns segundos.
–Porra, ela sabia que isso ia acontecer. Ela pediu pra eu não vir. Eu tinha que ter dado um jeito.– Reclamo. Passo as mãos pelo rosto. Respiro fundo. Bato os pés impaciente.
