CAPÍTULO VINTE E CINCO

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                      NYXS

       Quando Esther bateu na porta do chalé, o sol ainda estava longe de nascer, pelo brilho da estrela Sirius, eram quatro da manhã. Fazia pouco tempo que Nara tinha dormido depois de esperar Calíope chegar. A julgar pela cara e cheiro da irmã da alfa ao chegar, ela deveria ter tomado todas. As duas irmãs, Calíope e Cassandra, eram tão diferentes. Cassandra não se prendia a nada ou ninguém, não namorava, tinha no máximo uma noite de sexo quente e, no dia seguinte, voltava a ser só, sem amarras. Calíope no entanto  era uma incógnita, parecia esconder um grande segredo, estava sempre arredia. Desde  os seus Catorze anos até bem pouco tempo ela estava sempre só na reserva. Ultimamente tinha amantes, mas nada sério. Fisicamente, as duas eram muito parecidas com Nara, Calíope tinha o mesmo olho azul. Qualquer humano pensaria que eram trigêmeas se não fosse a diferença de idade.

     A alfa e sua beta saíram já transformadas em lobas. Uma absurdamente branca, como pequenos pedaços de coco, e a outra de cores misturadas no pelo e nos olhos ― um amarelo e o outro às vezes verde, às vezes azul, a depender do estado emocional. Foram correr como sempre faziam quando estávamos em casa.

     Nara tinha a expressão de quem queria fazer qualquer coisa, menos se preocupar com coisa séria, mas Esther insistia. Acabou por convencê-la a irem ver qualquer coisa que ela queria mostrar. Por insistência delas, eu, que já estava pronta para acompanhá-las na corrida, não fui.

     Já que tinha perdido o sono, comecei a organizar os preparativos da reunião de família mais tarde, onde celebraremos o dia em que minha filha veio ao mundo, ainda que tenha sido no mundo paralelo, mas foi o dia em que ela respirou fora do útero materno pela primeira vez . 

    Depois da  o memoração, as lobas mães e alguns filhotes retornariam para Salém ficaria apenas a alfa, Esther e nós.  Talvez, por Amkaly, estar levando Calíope para a farra, Nara  mandasse ela voltar junto com a família ou não, minha alfa leva. As ordens muito a sério. Seria maravilhoso não ter Amkaly aqui.  Calíope, eu estava começando a gostar dela, especialmente quando me olhava com aquele sorriso que a deixava muito parecida com a irmã mais velha.

     Tinha que escolher um local na praia selvagem, limpo, com boas energias. Não poderia ser muito frequentado, para evitar que estranhos considerassem a fogueira e carne assada como um convite para se juntar, os lobos nativos da ilha, tem como cultura o sexo livre de tabu e uma fogueira  com carne assada é um convite para orgias.

 .    Ainda pela manhã, pedi para tomar a vacina. Ultimamente passava a noite no mesmo chalé que a alfa e meus hormônios estavam enlouquecidos. Ouvi de amigas humanas que existem brinquedos sexuais que diminuem a tensão entre as pernas, mas isso não fazia parte da nossa cultura, então optei por entupir meu corpo de vacina.

― Helô, chega aqui. ― Chamei. A minha imunologista particular guardava seus instrumentos em bolsos escondidos em um sobretudo, feito especialmente para ela. Esther também usava um, onde escondia seus pós mágicos. O da Helô era lindo, marrom e branco, combinando com botas de couro e luvas de teia de aranha. Ela pegou o éter, para limpar o local, e a uma vacina ainda em fase de teste, feita para lobas que entram no cio de forma desregulada.

― Essa vacina pode camuflar meu cheiro original ou serve só para inibir o cio? ― Perguntei enquanto ela aplicava.

― Só para o cio, o cheiro original ainda vai ser o seu. Não conseguimos uma cepa adequada para substituir nosso cheiro, mas as pesquisas já estão bem avançadas, entramos na terceira fase. Em breve teremos uma que faça isso. Mas você é uma metamorfa, pode esconder o cheiro quando se transforma ou quando suas asas abrem de verdade.

― Elas só abriram duas vezes, quando eu era criança. Não têm muita utilidade. Nem as minhas, nem as da Nara. Só sabemos que temos porque às vezes coça onde estão nascendo as penas.

🏳️‍🌈Bruxas e Guerreiras vol.03Onde histórias criam vida. Descubra agora