CAPÍTULO ONZE

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                                              2866 palavras

                             NYXS

       Mais uma vez, Nalum e sua oponente entraram em um ângulo de 45 graus em uma postura aberta. Nalum pisou com o pé esquerdo e atacou, conseguindo tocar a mão que segurava a espada da sua oponente. Gritos e palmas soaram, a voz das guerreiras mais alta que todos.

― Nalum, um. Scarlet, zerooooo! ― Caçoaram, chamando a atenção da instrutora, que olhou rapidamente.
Nalum aproveitou o descuido da sua oponente para fazer um movimento rápido, transformando a defesa em contra-ataque no momento em que a instrutora ficou de frente para o sol.

― Nalum, dois. Scarlet, zerooooo! ― As meninas gritaram, de pé nos bancos. Nalum encostou a ponta da espada no ombro direito da oponente.

― Três a zerooooo! Quatro a…
Elas estavam quase fazendo uma dancinha, mas pararam tudo quando Scarlet se curvou habilmente, saindo da zona de defesa e partindo para o ataque. Quando as espadas chocaram, Nalum redirecionou o golpe, empurrando a instrutora para o lado, e partiu para o ataque.

― Nalum, cinco. Scarlet, zerooooo! ―

Era impossível para Esther e Sandy controlarem as gêmeas, que começaram uma dancinha imoral, puxando uma batida de funk com a boca. As outras guerreiras, naturalmente, as acompanharam na coreografia.

― Eu quero ver tu esquecer depois do chá que eu te dei. Ai, papai, macetei! Foi um tal de vuco vuco. Tá maluca, quer replay? Ai, papai, macetei! ― Cantavam e dançavam sem um pingo de pudor, ignorando a reprovação das mães.

― Esquece isso, amor, elas são adolescentes e passam muito tempo com os humanos, é normal. ― Sandy disse a esposa, tentando apaziguar.
― Pelo menos essa música é melhor do que a do tubarão. Já ouviu a letra daquela música? ― Perguntou, indignada. ― E elas arrastam as outras na baderna. Elas conseguem perverter até a coitadas da Heloise e Angel, tão quietinhas, que têm uma bagagem cultural de dar inveja. Olha lá elas dançando. ― As meninas dançavam com energia e insultavam a instrutora, que estava a ponto de perder a paciência.

       Vista de fora, Nalum parecia estar em transe, falando baixinho como se estivesse orando e os anjos soprassem nos seus ouvidos. No instante em que olhou para cima, desviando sua atenção, recebeu um chute no meio do estômago que a jogou longe.

― Levanta, filha, não fique aí parada. Acaba com ela, Nana. ― Encorajava Ziam.

      Nyxs, no desespero, gritou muito alto, e todos que estavam nas arquibancadas olharam para ela, inclusive suas mães, que acabavam de perceber que mudara de lugar. Quando ela percebeu a besteira que tinha feito, se sentou imediatamente, arrependida.

― Não fique assim, eu faria a mesma coisa. O coração de mãe fala mais alto. ― Confortou Nádia. ― Essa demonstração de carinho vai trazer consequências para o seu lado? Vi você sentar quando suas mães te olharam.

― Minha avó sabe, mas minhas mães, principalmente a Lilith, não gostam muito de me ver próxima à alfa. Ela acha que estou sendo inconveniente. ― Respondeu Nyxs.

― Fique tranquila. Depois eu falo com elas e explicou da importância que minha neta dá à sua presença, apesar de nós todos gostamos de você, meu bem. ― Prometeu.

― Não há necessidade. Minha mãe tem que aceitar que não sou mais uma lobinha, sou adulta e dona das minhas vontades. Eu entendo a preocupação dela, mas às vezes sufoca.

― As mães são todas iguais, só muda o nome e endereço. Para nós, os filhos não crescem.

       Nyxs se recostou na cadeira, apoiando a mão no braço da cadeira. Sua pele formigou ao sentir o toque sutil da mão de Nara e não pôde evitar de encarar.

🏳️‍🌈Bruxas e Guerreiras vol.03Onde histórias criam vida. Descubra agora