CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

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                             NYXS

       Camille mais uma vez examinou a nós duas, eu e minha avó, como se avaliasse um pedaço de carne na vitrine do açougue, Esther segurou sua mão além do normal, enquanto à outra disfarçadamente tentava puxar, quando suas mãos foram libertas das garras de dona Esther, a vadia passou as dela para trás do seu corpo, a impressão que eu tinha é que ela sabia agora com que tipo de loba estava lidando, e sabia do risco que corria.

       O homem que veio chamá-la, parecia ter medo de algo ou alguém, achei estranho sua maneira de se expressar ao falar com a tal Camille, não a olhava na cara e nem mostrava emoções a submissão estava presente até mesmo no som quase mudo ao falar, o gesto de chamar a atenção da vadia estava lhe apavorando, eu gostaria muito de saber por quê.

―Vem comigo minha senhora, essas jovens senhoras devem estar querendo ver o nascer do sol na ponta do morro, não é verdade, senhoras? - Questionou seu acompanhante quando segurou em seu braço, dei uma rápida olhada em seu pulso, tinha as mesmas marcas de uso contínuo de algo apertado e tive uma visão rápida do seu pescoço com a mesma marca, ou algo muito parecido como um colar, mas foi um vislumbre rápido, quando percebeu que eu estava olhando, ele puxou a gola da camisa sem soltar o braço da vadia.
Eu não tinha certeza se era uma marca ou algo preso ao pescoço como um colar, a tal da Camille, um pouco alta do álcool ingerido, puxou o braço num safanão e o olhar que deu ao homem foi mortal, notei que ele ficou deveras envergonhado e com pavor do gesto como se tivesse receio das consequências do ato de punição por ser atrevido, ainda assim ela o acompanhou sem tirar os olhos furiosos do homem, que caminhava a seu lado de cabeça baixa.

- Quem pode começar a explicar o que está acontecendo? - Perguntei enquanto nos afastamos indo ao caixa pagar a conta.

- Vamos sair daqui primeiro, vamos explicando no caminho, e Nara quero te levar a um local. - Minha avó avisou olhando para as estrelas sumindo no 1rmamento, com os primeiros raios de sol, que abriam o dia em cores vibrantes.

- Não podemos primeiro ver o sol nascer? Dizem que é quanto os humanos sentem a magia e liberam seu espírito no momento que o sol nasce, o mesmo quando ele se põe, nesses momentos eles deixam de ser as bestas que são e por segundos sentem, toda a força da natureza e criação juntos. - Eu pedi.

- É verdade, por mais ordinários que os humanos sejam, eles apreciam esse momento, está nas lembranças escondidas da humanidade, que um dia eles serão os seres mais poderosos, quando se interligarem com a natureza, respeitando e tirando dela só o essencial para viver, em harmonia com o cosmo. Tem muito humano que já teve suas lembranças livres e estão vivendo em comunidades, destas pessoas vão nascer humanos mais conscientes e melhores. - Esther falava e procurava um local bom para sentar lá mais distante na areia branquinha.

- Não tenho paciência para tanto Nyxs. - Nara demonstrou sua impaciência natural, passando a mão nos cabelos levando todos os fios pretos para trás, quando tirou a mão os fios voltaram para frente caindo em seus olhos. - Sou muito ansiosa, para mim as coisas têm que ser na hora, se quiser me matar diga que tem algo para me contar e não conte. Eu viro o Jiraya como dizem, tenho até dor na barriga. Enquanto não descubro o que é, não passa a dor. - Nara falava olhando para mim e sem perceber que estávamos de mãos dadas, eu devo dizer que estava nas nuvens.

- Nyxs erga uma bolha e nos isole dos demais. - Passamos entre as últimas mesas espalhadas próximo ao mar, com destino à beira da praia antes de chegarmos a sentir falta de brisa marinha ou o cheiro da água salgada. A bolha tinha sido erguida.

- Pode falar criatura, o que tanto consome sua cabecinha linda, minha beta preferida? - Nara puxou minha avó para um abraço beijando seu rosto, que a empurrou com jeitinho e a sombra de um sorriso ameaçava explodir.

🏳️‍🌈Bruxas e Guerreiras vol.03Onde histórias criam vida. Descubra agora