CAPITULO CINQUENTA E OITO

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                              Nara

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                              Nara

        A convivência com a pequena Amina nos ensinou a conhecer suas emoções, o que difere de tudo que aprendemos sobre os vampiros. Sabemos que eles não têm sangue quente, tampouco um coração batendo. Têm hábitos noturnos, não podem ficar expostos ao sol e sua alimentação é basicamente composta de sangue.

         Amina veio na contramão. Era uma garota doce, curiosa e bastante carinhosa com Nyxs, mas perdia a paciência com facilidade e muitas vezes parecia estar fora de seu tempo. Usava termos e palavras desconhecidas para a maioria. Nessas horas, Esther vinha em nosso socorro. As garotas passaram a devorar livros de história da moda, das sociedades e suas mudanças ao longo dos séculos. Os termos agora passaram a ser usados com frequência entre elas, o que muitas vezes era motivo de gargalhadas estrondosas na madrugada.

         Fogo ou fogueiras a deixavam paralisada e inerte. Tentamos de todas as formas mostrar que não havia perigo, mas não adiantou. Na última tentativa, seu pavor foi tão grande que ela se urinou, me deixando desconfortável e com remorso. Outra coisa que a deixava com medo eram agulhas de injeção. Esse eu entendia, pois também tinha pavor de agulhas.

         Fiquei na porta observando as garotas conversando no chão. É incrível como Amina e Manom estavam unidas. No momento, uma delas estava sentada no colo da outra enquanto Heloise examinava seus olhos com um retinógrafo portátil de alta qualidade.

- Pare de se mexer, preciso que fique parada para um diagnóstico exato.

- Ela está parada, Helô. Como você sabe, ela não respira, nem tem batimento cardíaco ou bate as pestanas. - Iara falou. Helô parou o exame e Amina aproveitou para sentar no colo de Manom, que a abraçou.

A médica pediu, com calma:

- Agora deite novamente, quero terminar os exames. Fique quietinha. - As meninas, curiosas como todas as adolescentes, ficaram em cima de Heloise enquanto a garota tentava fazer seu trabalho.

- Larga... meu... braço! - Amina sussurrou entre dentes. Ou melhor, entre presas enormes.

- Solta o braço dela, Helô. Não vê como ela está tremendo de medo? - Nalum estava mais apavorada com a quantidade de agulhas tortas no chão do que com a dor que Amina poderia estar sentindo.

- Mas eu preciso coletar uma amostra de sangue para ver como está sendo a mudança ocorrida em seu corpo desde que passou a ser alimentada pelo nosso grupo.

- Caralho, Helô, qual parte tu não entendeu? Amina está paradinha, não se mexe e nem respira, porque não tem um coração vivo batendo aí nos peitos.

- Será mesmo, Iara? Olhe direitinho, sinta como ela respira bem fraquinho. É quase inaudível, mas está respirando. O coração dela está acordando e com isso o sangue começou a correr nas veias. E, como eu tenho uma suspeita, acredito que em pouco tempo ela possa enxergar também.

🏳️‍🌈Bruxas e Guerreiras vol.03Onde histórias criam vida. Descubra agora