CAPÍTULO QUARENTA

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          Após ser definido quem ficaria encarregado das buscas de informações sobre Camile e sua namorada Sandra, passamos para o próximo passo.  Ouvir o que Esther e Manom tinham descoberto.

— Agora que essa parte foi esclarecida no modo de dizer, o que vocês descobriram Esther? — Eu perguntei afastando para o lado, dando espaço para Nyxs sentar próximo a Nalum que cedeu o seu lugar para Calíope.

— Se as crianças já resolveram onde vão querer sentar o rabo, eu posso pensar em dizer.

      O susto foi geral, todas de uma única vez olharam para Esther, o mais engraçado é que ficaram na mesma posição em que estavam como se brincassem de estátua, foi preciso outro grito da minha beta para que todos sentassem de vez.

— Pode falar Esther.

      Usei a voz mais neutra que podia para acalmar minha beta, se ela percebesse que eu queria rir da situação, iria sobrar gritos para mim também, não que eu desse importância ou alguma das meninas ali pensassem que não tenho moral, no nosso meio e entre nós não existe essa frescura de o líder não poder ser repreendido ao contrário meu grupo íntimo fazia isso com frequência, e nem por isso na hora de ouvir e obedecer a elas não fizessem o certo.

— Encontramos um rastro de sangue de muitos dias atrás, lá para os lados  inabitável da ilha,  a cerca em torno do local está intacta, não tem como uma cobra ter saído do seu habitat e passado para esse lado. 

       Ao ouvir esse relato, lembrei que meu pai já muito tempo tinha me dito que justamente aquela área deserta da floresta era o viveiro das serpentes, e nada entrava ali com vida que conseguisse escapar para contar os horrores sofridos lá dentro, e que quem passasse por um julgamento encontrava aquele lado da ilha como sua última moradia. Nunca me interessei em saber quantos ali já morreram, isso era problema para o Darius.

       Manom me tirou dos pensamentos, sua voz única hipnotizava quem escutava, era um dom herdado da sua mãe Aldra.

— Encostei a mão na cerca e não senti movimento recente, já faz muito tempo que por ali não passa um ser vivo, também não vimos nenhuma cobra por lá, elas desapareceram, só tem peles e cascas secas. Muitas, mas digo uma quantidade imensa de ovos quebrados, e ossos, o que me deixou mais intrigada, é que já faz muito tempo que houve uma troca de pele das cobras, isso é anormal. — Manom se teletransportou rapidamente quando ia pensar onde ela fora, já estava de volta no mesmo lugar com uma garrafa de água cheia de rodelas de limão dentro, bebendo goles generosos da sua bebida favorita

- Entendi direito Manom? Está dizendo que tem alguma coisa ou alguém  que está dizimando as cobras?? Todas??—Nyxs me pareceu assustada com o relato, ela tinha um lance de controlar as serpentes, muito antes de ser gerada, a primeira vez em que nos falamos ela trazia junto muitas cobras horrorosas.

— Isso mesmo, todas! Esther também  jogou seus pozinhos mágicos e o que ouvimos foi um soluço de choro, e pareceu ser de humano por ser esganiçado, isso nas proximidades da casa de show.

      O que Manom dizia era que o choro não podia ser de lobo, ou outro ser com magia, somente os humanos têm um choro esganiçado quando são expostos a um momento de perigo, nos lobos rosnamos e atacamos sem pensar nas consequências.

      Esther tomou a garrafa das mãos da filha da Aldra e bebeu grande quantidade da água com limão, devolveu o resto do líquido e voltou a falar.

 — Quando Manom falou que estava sentindo a falta de vida no ar, corremos em sentido opostos fazendo uma varredura em todo o perímetro, bem próximo à casa de show eu senti algo como uma turbulência numa frequência repetida fraquinha, tem ou tinha alguma coisa viva lá, mas não dá para saber onde. 

🏳️‍🌈Bruxas e Guerreiras vol.03Onde histórias criam vida. Descubra agora