abrigo não tão seguro.

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Lisa e Jisso estavam sentadas nas duras cadeiras de plástico do hospital, o ar estéril e frio envolvia os dois, contrastando com o calor de suas preocupações. As luzes fluorescentes do corredor lançavam uma luz impiedosa sobre suas expressões cansadas, realçando as olheiras escuras sob seus olhos.

"Jisso, o que está acontecendo com Jennie? Ela parecia tão... normal até recentemente," Lisa murmurou, a voz quebrada pelo cansaço e pela confusão. Ela olhou para suas mãos, torcendo os dedos nervosamente.

"Eu não sei, Lisa," respondeu Jisso, suspirando enquanto passava a mão pelos cabelos, frustrada. "Tem se passado meses desde que ela foi mordida por aquele monstro. Eu pensei que tudo estava bem."

O som de passos firmes ecoou pelo corredor, e as duas levantaram a cabeça ao ver um grupo de soldados do governo entrar no hospital. Suas botas pesadas reverberavam contra o chão de azulejos, e seus uniformes estavam impecavelmente arrumados. Eles passaram rapidamente por Lisa e Jisso, movendo-se com propósito, antes de desaparecerem por um corredor adjacente.

"O que será que eles querem aqui?" Lisa perguntou, observando os soldados sumirem de vista.

Jisso franziu a testa. "Não faço ideia, mas deve ser algo sério."

Lisa suspirou, inclinando-se para trás na cadeira. "Você acha que Rosé vai ficar bem?"

Jisso tentou sorrir, mas foi um esforço doloroso. "Ela é forte, Lisa. Vamos torcer para que os médicos consigam cuidar dela."

A sala de espera estava envolta em um silêncio tenso, interrompido apenas pelo zumbido suave dos aparelhos médicos e o ocasional clique do relógio na parede. Jisso observou as mãos de Lisa tremerem levemente enquanto ela tentava se manter calma. Ela sabia que todas estavam no limite, mas não podia deixar de se preocupar ainda mais com Jennie.

"Lisa, talvez você devesse voltar para casa e descansar um pouco," Jisso sugeriu, tentando esconder sua própria exaustão. "Eu vou ficar aqui e te aviso se houver alguma novidade."

Lisa hesitou, olhando para Jisso com uma mistura de preocupação e gratidão. "Você tem certeza? E se algo acontecer enquanto eu não estiver aqui?"

"Tenho certeza. Você precisa descansar. Eu prometo te chamar se algo mudar," Jisso respondeu, tentando soar firme.

Lisa assentiu lentamente, levantando-se da cadeira com um suspiro pesado. "Tudo bem, mas por favor, me ligue se precisar de qualquer coisa."

"Eu vou," Jisso assegurou, observando Lisa se afastar pelo corredor. A porta automática se abriu com um leve chiado, permitindo que Lisa saísse para a noite fria.

Jisso voltou a sentar-se, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Passou a mão pelos cabelos novamente, tentando organizar seus pensamentos. Jennie, Rosé, Felix... tudo parecia estar desmoronando ao seu redor, e ela se sentia impotente para fazer qualquer coisa a respeito.

O cheiro de desinfetante era forte, misturando-se ao odor metálico do sangue que parecia impregnar o ambiente. Jisso respirou fundo, tentando afastar a sensação de náusea que ameaçava subir por sua garganta. Ela fechou os olhos por um momento, tentando encontrar algum vestígio de calma em meio ao caos.

O som de passos a fez abrir os olhos novamente. Dois soldados estavam voltando pelo corredor, conversando em voz baixa. Jisso tentou ouvir, mas as palavras eram indistintas. Eles pareciam preocupados, trocando olhares tensos enquanto se moviam.

Jisso se levantou, decidida a obter algumas respostas. Aproximou-se dos soldados, a expressão determinada. "Com licença, vocês sabem o que está acontecendo aqui? Por que o governo está tão envolvido agora?"

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