culpa

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O quarto de Joshua estava banhado pela luz suave da lua, enquanto as delicadas pétalas de cerejeira dançavam ao vento lá fora, criando uma cena de tranquilidade e beleza. Joshua estava absorto em seus pensamentos, observando o espetáculo da natureza pela janela, quando sentiu um toque suave em sua bochecha. Surpreso, virou-se e deparou-se com Seongcheol, seu namorado, sorrindo para ele com um brilho travesso nos olhos.

"Oi, amor", disse Seongcheol, inclinando-se para lhe dar um beijo rápido na bochecha. "Como foi o seu dia?"

Joshua sorriu suavemente, apreciando a presença reconfortante de Seongcheol. "Foi tranquilo", respondeu ele. "Estive pensando em algumas coisas."

Seongcheol se sentou ao lado de Joshua, apoiando-se no cotovelo enquanto o encarava com curiosidade. "Sobre o quê?"

Joshua suspirou, recostando-se contra a cabeceira da cama. "Sobre o mundo lá fora, sobre o que aconteceu... Sobre nós."

Seongcheol colocou uma mão sobre a de Joshua, transmitindo conforto e apoio. "Estamos juntos nisso, Joshua. Sempre estaremos."

Enquanto conversavam, Joshua ouvia atentamente as histórias de Seongcheol sobre sua vida na faculdade. Ele ria das travessuras do namorado, apreciando a energia positiva que ele trazia para o quarto. No entanto, seu sorriso desapareceu quando Seongcheol mencionou os encontros com pessoas homofóbicas.

"Isso ainda acontece?" Joshua perguntou, com uma expressão de tristeza. "Mesmo depois de tudo o que passamos?"

Seongcheol assentiu, com uma expressão sombria. "Infelizmente, sim. Mas não podemos deixar que isso nos derrube. Precisamos ser fortes e continuar vivendo nossas vidas da melhor forma possível."

Antes que a conversa pudesse continuar, eles ouviram vozes vindas da cozinha. Mingyu e Jeonghan estavam chamando-os para o jantar. Seongcheol sorriu e levantou-se, segurando a mão de Joshua para ajudá-lo a se levantar.

"Vamos lá, não quero que a comida esfrie", disse Seongcheol, puxando Joshua em direção à porta.

Joshua seguia Seongcheol com um sorriso nos lábios, sentindo-se grato por ter alguém como ele ao seu lado. No entanto, quando estava prestes a atravessar a porta, algo estranho aconteceu. Ele bateu de frente com a parede, caindo sentado no chão com um baque surdo.

Confuso, Joshua levou a mão ao nariz, sentindo-o latejar com a dor. Sangue escorria de seu nariz, manchando suas mãos e suas roupas. Ele olhou em volta, percebendo que tudo ao seu redor desaparecera, exceto seu quarto nos túneis.

Um sentimento de desamparo e solidão o invadiu enquanto ele encarava a parede diante de si. Seus outros namorados não estavam na cozinha, e ele estava sozinho em sua alucinação, cercado pela escuridão que o mundo exterior representava. E no fundo de seu coração, uma única pergunta ecoava: quando ele finalmente veria seus amados novamente?

Yuzuro adentrou no quarto com um semblante de surpresa estampado em seu rosto. Ele deixara Joshua sozinho por apenas dois minutos e, ao retornar, encontrou o rapaz caído no chão, com o nariz sangrando. Um arrepio percorreu sua espinha ao pensar na possível reação de Ji Hoon quando retornasse da patrulha. Sabia que o soldado não tolerava erros ou descuidos, e certamente não hesitaria em expressar sua irritação de forma intensa.

Com passos rápidos e cautelosos, Yuzuro se aproximou de Joshua, preocupado com seu estado. Ele se ajoelhou ao lado do rapaz e pegou um lenço de papel para ajudar a estancar o sangramento.

"Joshua, o que aconteceu?" perguntou Yuzuro, tentando manter a calma.

Joshua ergueu os olhos para Yuzuro, exibindo uma expressão mista de dor e constrangimento. "Eu... eu estava tentando levantar da cama e acabei batendo o rosto na mesa ao lado", explicou ele, sua voz soando um pouco abafada devido ao sangue.

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