abilidades?

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Jeonghan estava sentado no chão, na frente da cama onde Joshua estava deitado, com algumas cartas na mão. Ele olhou para Joshua, tentando animar o ambiente tenso e pesado que parecia ter se instalado entre eles.

"Vamos, Joshua, adivinhe as cartas que eu tenho na mão", disse Jeonghan, tentando soar despreocupado.

Joshua apenas murmurou algo indistinto, cobrindo a cabeça com o travesseiro. Ele não parecia estar interessado na brincadeira, e sua apatia era evidente. Jeonghan insistiu, mas Joshua permaneceu em silêncio.

Vendo o estado abatido de Joshua, Mingyu decidiu intervir. "Tudo bem, Jeonghan, deixa que eu tento." Ele sorriu e se aproximou, olhando para as cartas nas mãos de Jeonghan. "Acho que você tem um... sete de copas, um rei de espadas e um três de ouros."

Jeonghan revelou as cartas, e Mingyu tinha errado todas. "Errei feio", admitiu Mingyu com uma risada nervosa.

Seongcheol, que estava observando, decidiu se juntar à brincadeira. "Deixa eu tentar agora. Jeonghan, você tem um ás de paus, um valete de copas e um cinco de espadas."

Mais uma vez, Jeonghan revelou as cartas, e Seongcheol também errou todas. Os três riram, mas a atenção logo voltou para Joshua, que ainda estava deitado debaixo do travesseiro.

"Joshua, você quer tentar?" perguntou Jeonghan, sua voz suave.

De forma surpreendente, Joshua respondeu debaixo do travesseiro, sua voz abafada mas clara. "Três de ouros, dama de copas, dois de paus."

Jeonghan olhou para as cartas em sua mão e seu rosto se iluminou com surpresa. "Ele acertou todas!" exclamou, olhando para Mingyu e Seongcheol com incredulidade.

Mingyu e Seongcheol trocaram olhares preocupados, mas antes que pudessem dizer qualquer coisa, Jeonghan trocou rapidamente as cartas. "Vamos tentar de novo. Joshua, agora?"

Joshua respondeu novamente, sem tirar o travesseiro de cima da cabeça. "Rei de espadas, sete de copas, valete de ouros."

Jeonghan revelou as cartas e, mais uma vez, Joshua havia acertado todas. O desconforto no ambiente cresceu palpavelmente. A luz fraca do quarto lançava sombras inquietantes nas paredes, e o silêncio que se seguiu foi pesado e tenso.

Seongcheol decidiu testar algo diferente. Ele levantou-se e ficou de costas para Joshua, escondendo a mão atrás das costas. "Quantos dedos estou mostrando?"

Joshua não hesitou. "Quatro."

Seongcheol mostrou a mão, revelando que estava, de fato, mostrando quatro dedos. Mingyu, tentando manter a calma, mas claramente preocupado, olhou para fora da janela, onde as ruas desertas se estendiam, sombrias e silenciosas.

"Joshua, o que tem lá fora?" perguntou Mingyu, tentando ver se essa habilidade estranha tinha algum limite.

Joshua, ainda com o travesseiro cobrindo a cabeça, respondeu: "Um monstro de duas cabeças e sem pele, perto do poste quebrado."

Mingyu sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ele olhou para Jeonghan e Seongcheol, que também estavam claramente alarmados. Lentamente, ele se aproximou da janela e olhou para fora. Seus olhos se arregalaram ao ver a criatura exatamente onde Joshua havia descrito.

"Ele está certo", disse Mingyu em um sussurro, o pânico evidente em sua voz.

Jeonghan se aproximou de Joshua, tocando seu ombro levemente. "Joshua, como você sabe disso? Como você consegue ver tudo isso?"

Joshua finalmente tirou o travesseiro da cabeça e olhou para eles com olhos vazios e distantes. "É como se eu estivesse olhando de outro ângulo", começou ele, sua voz baixa e monótona. "Mas também é como se eu não visse nada e tudo ao mesmo tempo. Como um reflexo de um espelho quebrado."

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