problemas pendentes.

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A noite estava tranquila, a lua cheia lançando uma luz pálida e fria através da janela do quarto, onde Joshua e Mingyu dormiam. O som suave de grilos e o farfalhar das folhas ao vento preenchiam o ar, criando uma atmosfera calma e serena. Mas a tranquilidade exterior contrastava violentamente com o turbilhão que se desenrolava na mente de Joshua.

Ele estava preso em um pesadelo, revivendo o dia em que matou os soldados. As lembranças eram vívidas e horripilantes: o som dos tiros, os gritos de dor e terror, o sangue escorrendo pelas suas mãos. Ele se via cercado pelos corpos dos soldados, os rostos deles distorcidos em expressões de medo e agonia. As imagens eram tão reais que ele quase podia sentir o cheiro metálico do sangue.

Joshua respirava com dificuldade, o peito apertado como se um peso enorme o estivesse esmagando. Ele lutava para acordar, para se livrar das garras do pesadelo, mas a escuridão o mantinha preso. De repente, ele acordou com um sobressalto, sentindo seu corpo todo suado e a respiração ofegante.

Ele se sentou na cama, tentando acalmar seu coração acelerado. Olhou para o lado e viu Mingyu dormindo tranquilamente, o rosto sereno contrastando com a tempestade interna de Joshua. Ele respirou fundo, tentando se acalmar, e saiu da cama com cuidado para não acordar Mingyu.

Joshua caminhou até o banheiro, seus passos quase silenciosos no chão de madeira. Ele acendeu a luz, piscando contra o brilho repentino. O banheiro era pequeno e simples, com um espelho manchado de tempo acima da pia. Ele se aproximou do espelho e começou a lavar o rosto com água fria, esperando que isso ajudasse a clarear sua mente.

Enquanto a água escorria pelo rosto, ele olhou para seu reflexo, vendo os olhos avermelhados e a expressão cansada. "Eu preciso superar isso," ele murmurou para si mesmo, tentando encontrar algum consolo nas palavras.

Foi então que ele sentiu uma enorme pontada de dor na cabeça, tão intensa que o fez se encurvar. A dor era lancinante, irradiando do centro da cabeça para todo o corpo. Ele soltou um gemido de dor, segurando a cabeça com as mãos. "Não... por favor, não," ele sussurrou, a voz embargada.

A dor era insuportável, e as visões começaram. Ele viu várias pessoas olhando para uma enorme fogueira, seus rostos iluminados pelas chamas. Eles estavam esperando, seus olhares fixos e cheios de expectativa. Joshua tentou entender o que estava vendo, mas a dor era tão forte que ele mal conseguia pensar. Ele começou a puxar os cabelos, como se quisesse arrancar a dor de dentro de si.

"Por favor, pare," ele murmurou entre lágrimas, a voz quase inaudível.

Foi então que Mingyu entrou no banheiro. Ele havia acordado com o som de Joshua se debatendo e imediatamente percebeu que algo estava errado. "Josh? O que está acontecendo?" ele perguntou, a voz cheia de preocupação.

Joshua não respondeu. Ele estava dobrado de dor, as mãos ainda agarrando os cabelos. Mingyu correu até ele, ajoelhando-se ao seu lado. "Josh, olha pra mim," ele disse suavemente, tentando puxar as mãos de Joshua para longe da cabeça.

Joshua finalmente levantou o olhar, os olhos cheios de lágrimas. "Mingyu... dói tanto," ele sussurrou, a voz quebrada.

Mingyu puxou Joshua para um abraço apertado, segurando-o com firmeza. "Estou aqui, Josh. Estou aqui. Respira comigo, okay? Respira."

Joshua tentou seguir as instruções de Mingyu, inspirando e expirando profundamente, mas a dor era quase insuportável. "Não consigo... a dor... é demais," ele murmurou, as lágrimas escorrendo pelo rosto.

Mingyu segurou o rosto de Joshua com as mãos, olhando profundamente em seus olhos. "Você vai superar isso. Estamos juntos nisso, lembra? Você não está sozinho."

Joshua assentiu lentamente, tentando se acalmar. A dor começou a diminuir gradualmente, embora ainda fosse intensa. Ele se deixou cair nos braços de Mingyu, sentindo-se exausto e vulnerável. "Desculpa, Gyu... eu só... é tão difícil."

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