me and the devil

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A luz suave da manhã começava a penetrar pelas cortinas entreabertas do quarto, lançando sombras delicadas e realçando o ambiente carregado de tensão e ansiedade. O ar estava denso, quase palpável, com a mistura de medo e esperança permeando cada canto do espaço. San estava no quarto, sentado na beira da cama, removendo a camisa manchada de sangue. Ele a jogou no chão com um suspiro cansado, revelando as cicatrizes profundas nas costas, lembranças do ataque brutal do monstro.

Jongho, que estava em silêncio observando San, sentiu um aperto no peito ao ver as marcas. Ele se aproximou lentamente, hesitante em tocar as cicatrizes que contavam histórias de dor e sobrevivência. Seus dedos tremiam ligeiramente ao alcançar San, impedindo-o de pegar uma camisa limpa.

San virou a cabeça, seus olhos encontrando os de Jongho. Havia um entendimento silencioso, uma comunicação sem palavras que passou entre eles. Jongho, sem quebrar o contato visual, inclinou-se para frente e selou os lábios de San com os seus em um beijo urgente e desesperado. San retribuiu, sentindo a intensidade e a necessidade crua no gesto de Jongho.

O beijo era cheio de emoções não ditas, uma tentativa desesperada de encontrar consolo em meio ao caos. San podia sentir a dor e a vulnerabilidade de Jongho, e isso apenas aumentava sua própria angústia. No entanto, a ausência de Yeonsang era um peso constante em seus corações, uma sombra que pairava sobre eles.

Jongho começou a puxar sua própria camisa, a necessidade de sentir a proximidade física se tornando avassaladora. San interrompeu o movimento, suas mãos segurando suavemente as de Jongho. "Jongho... não acho que este seja o momento," disse San, a voz baixa e carregada de preocupação.

Jongho olhou para ele, os olhos brilhando com lágrimas que ele tentava segurar. "San, por favor... eu preciso disso. Preciso de algo que me distraia dessa dor. Só por um momento, me deixe esquecer."

San hesitou, seu coração pesado com a incerteza. Ele sabia que não era certo fazer isso sem Yeonsang, mas ao olhar para o rosto desesperado de Jongho, ele sentiu sua resolução vacilar. Finalmente, ele cedeu, puxando Jongho para mais perto e beijando-o com ainda mais intensidade.

Os toques eram urgentes e cheios de necessidade, cada carícia uma tentativa de afastar a dor e o medo. Jongho deslizou a camisa de San pelos ombros, expondo ainda mais as cicatrizes, mas em vez de se afastar, ele as acariciou com ternura, tentando transmitir através do toque o amor e a aceitação que sentia. San retribuiu, deixando suas mãos explorarem o corpo de Jongho, cada movimento cheio de cuidado e carinho.

Enquanto isso, em outro andar do prédio, Hongjoong estava ajustando a prótese de sua perna. Ele estava sentado em sua cama, o ambiente ao seu redor em um silêncio quase opressivo. Cada ajuste parecia mais difícil do que o anterior, não por causa da complexidade da tarefa, mas pela distração constante dos pensamentos sobre Yeonsang.

A porta do quarto se abriu lentamente, e Mingi entrou, sua presença imediatamente perceptível. Hongjoong levantou o olhar, vendo a expressão séria e preocupada no rosto de Mingi. Mingi caminhou até ele, seus passos ecoando suavemente pelo quarto.

"Você está bem?" Mingi perguntou, a preocupação evidente em sua voz.

Hongjoong suspirou, ajustando a última peça da prótese antes de olhar para Mingi. "Estou tentando estar. Yeonsang... está piorando, e não sei se posso fazer mais alguma coisa para ajudá-lo."

Mingi se aproximou, sentando-se ao lado de Hongjoong. "Estamos todos preocupados com ele, mas você está se sobrecarregando. Não pode carregar o peso do mundo sozinho."

Hongjoong balançou a cabeça, a frustração clara em seus olhos. "Como posso ser um líder se não consigo proteger aqueles que amo? San, Jongho, Yeonsang... todos estão sofrendo, e me sinto impotente."

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