problemas chegando!

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O jato pousou suavemente no solo congelado da Rússia, o vento uivando ao redor da aeronave, lançando redemoinhos de neve no ar. Monsieur foi o primeiro a se levantar, seus movimentos precisos e calculados enquanto ajustava o casaco escuro. Seus olhos frios percorreram a cabine, encontrando os de Rafael e Min-jae.

“Vamos,” Monsieur murmurou em um francês quase inaudível, enquanto avançava pelo corredor estreito do jato. Min-jae e Rafael o seguiram de perto, a tensão nos rostos refletindo o clima sombrio do lado de fora.

Enquanto se aproximavam da porta do jato, Rafael estendeu a mão e segurou o braço de Min-jae. “Espere um pouco,” ele disse em um tom baixo, mas firme. A mão de Rafael tremia levemente, não por causa do frio, mas pela pressão crescente que sentia. Ele sabia que estavam prestes a entrar em território perigoso, um lugar onde qualquer erro poderia ser fatal.

Rafael retirou uma das luvas que usava e cuidadosamente a colocou na mão de Min-jae. As mãos do jovem sul-coreano estavam geladas, mas o toque de Rafael trouxe um calor inesperado. Min-jae olhou para ele, confuso e preocupado, mas Rafael apenas sorriu de forma tranquilizadora.

“Você vai precisar mais do que eu,” Rafael sussurrou, apertando a mão de Min-jae suavemente antes de soltá-la. Min-jae assentiu, sentindo o peso daquela pequena ação. Era um gesto de proteção, mas também de carinho—um lembrete de que eles estavam juntos nisso, não importava o que acontecesse.

Com passos cuidadosos, eles desceram a escada do jato, o vento cortante os recebendo com força total. O casaco pesado de Monsieur flutuava ao redor dele como uma capa enquanto ele avançava, imperturbável pelo frio glacial. Min-jae se encolheu um pouco, ajustando a gola do casaco ao redor do pescoço, enquanto Rafael mantinha uma expressão resoluta, seu olhar fixo no horizonte distante.

À sua frente, um veículo blindado os esperava, sua presença maciça se destacando contra a paisagem branca e desolada. Eles entraram rapidamente, o ar dentro do veículo ligeiramente mais quente, mas ainda impregnado com um cheiro metálico de óleo e borracha. O motorista, um homem de rosto inexpressivo, apenas assentiu para eles antes de colocar o carro em movimento.

O trajeto até o complexo foi silencioso, interrompido apenas pelo som rítmico dos pneus esmagando a neve e o gelo sob eles. Cada quilômetro percorrido parecia aumentar a tensão no ar, como uma corda sendo puxada ao seu limite. Monsieur, sentado na frente, manteve os olhos fixos à frente, sua mente claramente ocupada com o que estava por vir.

Rafael olhou para Min-jae ao seu lado, vendo o jovem coreano morder o lábio inferior em uma tentativa de conter o nervosismo. Ele se inclinou um pouco mais perto, a mão pousando brevemente sobre a de Min-jae, um gesto silencioso de conforto.

“Nós conseguimos chegar até aqui,” Rafael murmurou, sua voz baixa o suficiente para que apenas Min-jae pudesse ouvir. “Vamos sair daqui também.”

Min-jae olhou para Rafael e tentou sorrir, mas o medo em seus olhos era inegável. “Espero que sim,” ele sussurrou de volta.

Quando finalmente chegaram ao complexo, o veículo parou abruptamente, a porta se abrindo com um rangido. Monsieur foi o primeiro a sair, seguido por Rafael e Min-jae. O vento frio cortou seus rostos novamente, mas eles ignoraram o desconforto enquanto seguiam Monsieur em direção ao prédio à frente.

O complexo era uma estrutura maciça, de concreto, com paredes grossas e janelas estreitas, projetado para resistir ao tempo implacável e aos olhos curiosos. A fachada estava parcialmente coberta de neve, mas os sinais de desgaste eram visíveis—fendas nas paredes e ferrugem nas bordas de metal. O ar ao redor estava impregnado com um cheiro de óleo e algo metálico, misturado com a umidade do gelo que lentamente derretia.

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