caminho

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O sol da manhã começou a iluminar a construção em ruínas onde o grupo estava abrigado. Os primeiros raios de luz filtravam-se pelas frestas das paredes, lançando sombras alongadas no chão sujo. Know foi o primeiro a acordar, sentindo a familiar e desconfortável falta de ar. Ele se levantou com dificuldade, os músculos ainda rígidos de uma noite mal dormida, e caminhou até uma área de terra próxima.

Lá, ele se ajoelhou e começou a cavar um buraco com as mãos, seus dedos rapidamente ficando sujos de terra. Com a respiração cada vez mais difícil, ele despejou a água de sua garrafa no buraco, criando uma pequena poça de lama. Sem hesitar, ele enfiou o rosto na água suja, tentando desesperadamente acalmar sua respiração e obter algum alívio.

Enquanto isso, Han despertou de um pesadelo, ofegante e suado. Ele olhou ao redor, confuso, notando que Minho não estava ao seu lado. Em pânico, Han se levantou rapidamente e correu em direção à pequena vegetação perto da construção, os pés descalços levantando poeira e folhas secas.

Ao se aproximar, encontrou Minho sentado encostado em uma estátua quebrada, os cabelos molhados e pingando. Han se ajoelhou ao lado dele, preocupado. "Minho, você está bem?"

Minho não respondeu de imediato. Ele passou a mão pelos cabelos molhados, afastando as mechas do rosto, e se levantou lentamente. "Estou bem," disse ele, sua voz fria e distante. Sem olhar para Han, ele voltou para perto da fogueira, onde Jeongin e Changbin estavam começando a acordar.

Changbin esticou os braços e esfregou os olhos antes de pegar o mapa surrado que estava na mochila. "Talvez possamos chegar à praia e montar uma jangada para sair daqui. Quem sabe conseguir chegar na ilha de Jeju?" ele sugeriu, analisando as possibilidades no mapa.

Jeongin, que estava sentado próximo, virou a cabeça na direção da voz de Changbin, seus olhos inexpressivos refletindo a luz do amanhecer. "Hyung, não tem como sair da Coreia. Eles construíram um muro ao redor de todo o país para evitar que os monstros saiam."

A atmosfera ficou ainda mais tensa. Han, que estava sentado um pouco afastado, pigarreou, atraindo a atenção de todos. Ele parecia constrangido e hesitante. "Eu... eu fiz um buraco na muralha. Muitos monstros saíram por ali."

Changbin virou-se para Han, o rosto vermelho de raiva. "Você fez o quê? Você tem ideia do que isso significa? Quantas pessoas podem ter morrido por causa disso?"

Han abaixou a cabeça, sentindo o peso da culpa. "Eu só queria uma saída... uma chance de escapar desse inferno."

Minho, que até então estava em silêncio, observando a interação, cruzou os braços e suspirou. "Isso não muda o fato de que agora estamos ainda mais em perigo. Precisamos encontrar uma solução que funcione."

Jeongin, sentindo a tensão no ar, tentou amenizar a situação. "Changbin, talvez devêssemos pensar em como usar essa informação a nosso favor. Se Han conseguiu fazer um buraco, talvez possamos encontrar um jeito de sair por ali também."

Changbin respirou fundo, tentando se acalmar. Ele sabia que brigar não resolveria nada, mas a frustração era difícil de conter. "Tudo bem, Jeongin. Vamos considerar todas as opções."

O grupo se reuniu em volta da fogueira, onde restavam algumas brasas acesas. O cheiro de fumaça e carne seca impregnava o ar. Changbin estendeu o mapa sobre uma pedra plana, e todos se inclinaram para olhar.

"Se conseguirmos chegar à praia, ainda temos a questão dos monstros no mar," disse Changbin, traçando uma linha imaginária no mapa. "Não sabemos se é seguro."

Minho, com os braços ainda cruzados, olhou para Changbin. "E se fizermos uma distração? Algo para atrair os monstros enquanto escapamos pelo buraco na muralha?"

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