monstros

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Joshua estava de pé diante do buraco na barreira, seus olhos examinando atentamente cada detalhe. A preocupação se instalava em seu peito como um peso insuportável, sua mente inundada de pensamentos sobre quantos monstros poderiam ter escapado, quantas vidas estariam em perigo agora. O mundo poderia estar condenado, e ele sentia essa responsabilidade esmagadora.

Foi então que ele percebeu uma presença atrás dele. Um riso suave, quase zombeteiro, cortou o silêncio, e Joshua se virou lentamente, sua expressão apática e fria. Não era a primeira vez que Jung Ui-myeong e seu grupo vinham atrás dele.

Ui-myeong ria abertamente da expressão séria de Joshua, achando engraçado como ele nunca abaixava a guarda. "Ah, Joshua," ele disse, com um sorriso perverso nos lábios. "Sempre tão sério, sempre tão vigilante."

Afastada em um banco, estava Nanno. Ela acenou para ele com aquele sorriso enigmático, o olhar de lobo disfarçado de cordeiro que Joshua conhecia tão bem. Ele sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

Ui-myeong aproximou-se, um brilho cruel em seus olhos. "Fiquei chateado com você, Joshua. Por que fechou a barreira justo agora que íamos sair? Tanta diversão perdida."

Joshua manteve a expressão neutra. "Vocês tiveram meses para isso. Se não saíram antes, é problema de vocês."

Ui-myeong riu mais alto, como se achasse aquilo genuinamente engraçado. "Você realmente nunca muda. Admiro isso em você. Aqui, um presente." Ele estendeu um panfleto vermelho para Joshua, que o pegou com relutância.

"Organização para pegar corrompidos," Joshua leu em voz alta, franzindo a testa. Ele olhou para Ui-myeong, que sorria satisfeito.

"Nós só ficamos por causa de você, Joshua. Mas, como você não quer nossa ajuda, não há muito o que fazer." Ui-myeong deu de ombros de forma exagerada.

Gyeong-jun, que estava mais afastado, se aproximou com um celular na mão. "Isso está por toda a internet," disse ele, com um tom de voz cruel. "Se é um corrompido, sempre será parte de nós."

Joshua sentiu uma onda de raiva e frustração. Ele conhecia bem Gyeong-jun, um valentão notório, traidor e abusivo. A presença dele ali só tornava tudo ainda mais perturbador.

Nanno observava de longe, seus olhos brilhando com interesse. Ela adorava brincar com as palavras, sugerir atitudes e fazer joguinhos psicológicos, mas nunca forçava ninguém a seguir seus caminhos. Ainda assim, sua influência era perigosa.

Joshua respirou fundo, tentando manter a calma. "O que vocês querem, afinal?" ele perguntou, olhando diretamente para Ui-myeong.

Ui-myeong deu um passo à frente, a proximidade dele fazendo Joshua ficar tenso. "Queremos você conosco, Joshua. Já faz tempo que venho te chamando para nossa organização. Você pertence a nós."

Joshua balançou a cabeça lentamente. "Eu nunca serei parte de vocês."

Ui-myeong estreitou os olhos, o sorriso desaparecendo de seus lábios. "Você acha que pode lutar contra o que você é? Sempre será um de nós, querendo ou não."

O ar parecia mais pesado, o silêncio entre eles carregado de tensão. Joshua sentiu um nó se formar em seu estômago. Ele olhou novamente para o panfleto em suas mãos, a tinta vermelha brilhando ameaçadoramente sob a luz do sol.

"Vocês nunca vão me controlar," ele disse firmemente. "Eu faço minhas próprias escolhas."

Gyeong-jun riu com desprezo. "Veremos quanto tempo você vai conseguir manter essa posição, Joshua. Todos têm um ponto de quebra."

Joshua manteve a expressão firme, embora por dentro estivesse lutando contra a raiva e o medo. Ele sabia que não podia se deixar abalar por eles, não podia mostrar fraqueza.

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