Efeito dominó,eu vou contar o início de tudo sobre o apocalipse

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Efeito dominó -parte um

Joshua estava no quarto, vestindo um moletom preto rasgado, as sombras da noite ainda pairando no horizonte enquanto ele se preparava para sair. Os dias e noites haviam se fundido em uma constante batalha interna e externa, e agora, ele se preparava para mais uma visita ao esconderijo de Ui Myeong. Enquanto ajustava o capuz sobre a cabeça, ele sentiu o olhar de Seongcheol fixo em suas costas, uma presença silenciosa e observadora que ele não podia ignorar.

Seongcheol, com a voz baixa e carregada de algo que Joshua não conseguia decifrar completamente, murmurou, "Você tem saído bastante ultimamente."

Joshua não se virou para responder, seus olhos ainda fixos em um ponto indefinido à frente. "Eu vou compensar mais tarde," respondeu, com a voz impregnada de um cansaço que ia além do físico.

Houve uma pausa, uma tensão palpável entre eles, antes de Seongcheol falar novamente. "Eu estava com vontade de comer algodão doce."

Joshua fez uma careta, o tom em sua resposta refletindo uma mistura de desgosto e desinteresse. "Eu nunca gostei," ele disse.

Seongcheol se aproximou, sua voz carregando uma curiosidade que beirava a provocação. "É porque são doces demais?"

Joshua balançou a cabeça, finalmente se virando para encarar Seongcheol, seus olhos sombrios e distantes. "As barracas são lindas e brilhantes, mas por dentro... são amargas e frustrantes."

Seongcheol deixou escapar um riso seco, cheio de um entendimento implícito. "Lembra alguém que eu conheço."

Joshua sabia exatamente a quem Seongcheol estava se referindo. Ele hesitou por um momento antes de responder, escolhendo as palavras com cuidado. "Eu te amo," ele disse, sem rodeios, sabendo que essa era a declaração que Seongcheol buscava.

Seongcheol cruzou os braços, seu olhar endurecendo enquanto absorvia as palavras de Joshua. "Você sabe que não é tudo real," disse, sua voz agora tingida de uma amargura suave.

Joshua não contestou. Em vez disso, ele assentiu levemente, os olhos desviando-se de Seongcheol, como se a verdade fosse um fardo que ambos carregavam, mas nunca totalmente reconheciam. "Nem tudo foi mentira," disse Joshua, sua voz carregada de uma honestidade dolorosa.

Seongcheol suspirou profundamente, o som ecoando pela sala como um peso que ele havia carregado por muito tempo. Caminhou até a janela, as mãos nos bolsos, observando o mundo desolado do lado de fora. "Será que ainda estaríamos juntos se o mundo fosse normal?"

Joshua permaneceu em silêncio por um momento, ponderando a pergunta, antes de finalmente responder, sua voz baixa e sombria. "Provavelmente não."

Seongcheol finalmente se virou para ele, a dor evidente em seus olhos. “Então… o que estamos fazendo aqui?”

Joshua soltou um longo suspiro, passando a mão pelo cabelo antes de falar. “Estamos sobrevivendo,” disse ele, sua voz grave. “Estamos tentando encontrar um pedaço de algo real em meio a todo esse caos. Eu não sei se estaríamos juntos em um mundo diferente, mas sei que aqui… agora… você é o que eu tenho.”

Seongcheol fechou os olhos por um momento, tentando conter a maré de emoções que ameaçava transbordar. Ele sabia que estava se apegando a Joshua por medo, por necessidade, mas parte dele queria acreditar que havia algo mais. “E se estamos juntos apenas porque precisamos de alguém para segurar durante a queda?”

Joshua não tinha uma resposta fácil para isso. Ele sabia que havia verdade nas palavras de Seongcheol. Eles estavam unidos por circunstâncias, pelo medo do desconhecido, pelo desejo desesperado de se sentir seguros em um mundo que não oferecia mais nenhuma garantia. Mas, ao mesmo tempo, ele também sabia que havia algo mais, algo que ele não podia ou não queria admitir completamente.

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